Acusado de participar da execução de chefe do PCC é transferido para São Paulo
Agente penitenciário teria contratado pistoleiro que matou o traficante Anselmo Fausta, em dezembro de 2021

SBT News
Foi transferido, nesta 6ª feira (17.fev), de Alagoas para São Paulo, um dos acusados de participar da execução do traficante Anselmo Santa Fausta, um dos chefes da maior facção criminosa do país.
O agente penitenciário David Moreira da Silva foi preso em um condomínio de Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió. Ele pagava R$ 1.500 de aluguel em uma casa onde estava com a família.
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David fugiu depois de ter a prisão preventiva decretada pelo 1º Tribunal do Júri de São Paulo. Segundo o Ministério Público, foi ele quem contratou o pistoleiro que assassinou Anselmo, de 38 anos, traficante poderoso do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Na emboscada, que aconteceu em dezembro de 2021, na zona leste da capital paulista, foi morto também Antônio Corona Neto, de 33 anos, conhecido como 'Sem Sangue'. Já o atirador, Noé Alves, foi morto a mando da facção.
O mandante do crime, de acordo com a polícia, é o empresário Antônio Vinícius Gritzbach. Ele é apontado como responsável por lavar o dinheiro dos traficantes. Anselmo teria cobrado um investimento mal feito, e Antônio Vinícius então decidiu matá-lo. O empresário também teve a prisão decretada e, assim como o agente, fugiu. Ele foi preso em um hotel de luxo, em Itacaré, na Bahia, há 15 dias.
A ligação do agente penitenciário com o empresário foi provada durante a investigação. Antônio Vinícius deu dinheiro para a primeira fuga de David, logo depois do crime, segundo a polícia. Uma foto mostra um primo do empresário depositando dinheiro em uma conta do agente.
"Durante a investigação do crime de homicídio, viram que alguém fazia alguns depósitos em dinheiro na conta do David, só que ninguém sabia quem era essa pessoa", relata o delegado Fábio Pinheiro Lopes.
O empresário continua preso em Salvador, aguardando transferência para São Paulo. A defesa já pediu que ele seja levado para o presídio de Tremembé, no interior do estado, por questões de segurança. A unidade costuma receber presos de crimes de grande repercussão, e não seria controlada pelo PCC. O agente e o empresário negam qualquer envolvimento com o crime.
"Não é caso para prisão, aliás, o mesmo promotor que concordou com a soltura foi o mesmo promotor que pediu, novamente, a prisão preventiva, e não houve nenhuma mudança fática de lá para cá", argumenta Rodrigo Fonseca, advogado do acusado.
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