Governo Lula vai avaliar 'Novo Ensino Médio'
Estudantes temem defasagem de aprendizado após mudanças na base curricular
Gudryan Neufert
Uma pesquisa divulgada nesta 3ª feira (14.fev) revela que a maioria dos estudantes aprova as mudanças no Ensino Médio, mas poucos alunos se sentem preparados para o mercado de trabalho, após a conclusão do curso.
É o caso da Clara, de 16 anos. Ela quer fazer faculdade de Direito e, no 'Novo Ensino Médio', ela optou por estudar as matérias que considera mais difíceis. "Para mim, foi uma grande oportunidade de eu intensificar meus estudos e, assim, aprimorar meus conhecimentos na parte de exatas", conta a estudante.
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A aluna usou uma estratégia permitida na nova grade do Ensino Médio. Cada estudante pode escolher sua área de interesse, os chamados itinerários. Foram estabelecidos 4 grupos: Matemática e suas tecnologias, Linguagens e suas tecnologias, Ciências da Natureza e suas tecnologias e Ciências Humanas e Sociais aplicadas.
A carga horária aumentou de 800 horas/aulas por ano para 1000 horas/aulas, justamente para manter as disciplinas da base nacional curricular, como matemática e português, e agregar os itinerários. Mesmo assim, os estudantes acham que haverá defasagem.
"O pessoal que escolheu as áreas de humanas, eles vão ter a defasagem de física, química e matemática", indica o estudante Adrian, de 17 anos. "No vestibular, não vai cair só o que está no itinerário, vai cair coisas do currículo comum também, então, a gente vai ter que se virar", pondera a aluna Milena, de 16 anos.
A implementação do 'Novo Ensino Médio' só vai ser concluída em 2024. Até lá, o Ministério da Educação vai fazer uma pesquisa com a comunidade escolar para retomar o diálogo e corrigir eventuais distorções.
"Pequenos municípios e bairros mais periféricos, muitas vezes, não têm recursos para propor essa flexibilização que o itinerário requer", observa a especialista em educação, Vanessa Maria Silva.
A grande maioria, no entanto, aprova o novo modelo de currículo. "Tudo que é novo causa um pouco de estranhamento, porque mexe com as bases. Pessoalmente, eu acredito que, agora, ele está entrando no eixo", afirma o diretor de uma escola, Rodrigo Carvalho Rodrigues.
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