Brumadinho: tragédia que deixou 272 mortos completa quatro anos
Ministro de Minas e Energia participou de ato em memória das vítimas
O rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que culminou na morte de 272 pessoas, completa quatro anos nesta 4ª feira (25.jan). A tragédia marcou a cidade mineira para sempre.
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Os militares do Corpo de Bombeiros do estado ainda buscam por três corpos desaparecidos. Nesta 4ª, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou na cidade de um ato em memória de todas os mortos, conduzido pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum). Mais cedo, no Auditório da Faculdade de Direito da UFMG, em Belo Horizonte, esteve em uma reunião com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e outras entidades. Na ocasião, prometeu "tirar do papel" o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM).
O titular do MME se solidarizou com os familiares e reafirmou o compromisso de não se esquecer de Brumadinho e Mariana (MG). Neste município, em 2015, houve o rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, liberando mais de 40 milhões de m³ e lama tóxica.
Alexandre Silveira prometeu hoje também que a pasta investirá "recursos e esforços na fiscalização ferrenha da segurança de barragens, voltada a impedir que eventos trágicos e lamentáveis como estes voltem a ocorrer". Além disso, afirmou ser importante o diálogo com os movimentos sociais na construção e acompanhamento das políticas públicas do setor.
O Conselho Nacional de Política Mineral citado foi criado por decreto editado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), no ano passado. Conforme o texto, o CNPM fica responsável por coordenar e implementar a política pública para desenvolvimento da área de mineração do País. Ele é formado por ministros, representantes de estados e do Distrito Federal, representante dos municípios produtores e afetados pelo setor, integrantes da sociedade civil e membros de instituições acadêmicas. De acordo com o MME, o objetivo de colocá-lo em funcionamento é "melhorar a coordenação e a implementação de políticas públicas destinadas ao desenvolvimento do setor, garantindo o aperfeiçoamento dos mecanismos legais de segurança e o desenvolvimento sustentável da atividade".
Réus
Depois de quatro anos, as responsabilidades criminais pelas mortes e os impactos ambientais do desastre de Brumadinho continuam sem uma conclusão. Na 3ª feira, a Justiça Federal de Minas Acatou a denúncia do Ministério Público Federal que acusa as empresas Vale e Tüv Süd e 16 pessoas de serem os responsáveis pela tragédia. Entre os réus, está o ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman, além de funcionários da mineradora e da empresa de consultoria em barragens que atestaram a segurança do local. Eles vão responder pelo homicídio qualificado das 270 vítimas do rompimento, por crimes ambientais contra a fauna e flora e de poluição.