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Brasil

Quase 50 crianças yanomamis estão internadas com desnutrição em Roraima

Primeiro hospital de campanha para atendimento de indígenas começou a ser montado

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Começou a ser montado nesta 3ª feira (24.jan), em Roraima, o primeiro hospital de campanha para atender aos indígenas yanomami. Dezenas de integrantes do Exército passaram o dia levantando as estruturas de lona e metal da instalação. A meta é inicias o atendimento até 6ª feira (27.jan).

O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, disse que visitou a região de Surucucu, e constatou que garimpeiros armados dominam algumas comunidades. 

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"Só foi possível chegar no território pela presença da Força Aérea Brasileira. Nós descemos dentro do garimpo, então, o garimpo invadiu o território e as comunidades estão a mercer do crime organizado. Eu não falo garimpeiro, e sim, crime organizado, porque são muitas pessoas armadas, que não se intimidam com a presença da Força Aérea Brasileira", relata Weibe Tapeba.

Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, reforçou que o Governo Federal foi alertado, nos últimos anos, sobre a atuação dos criminosos, mas nada fez para ajudar.

"O Governo Federal, o Ministério da Saúde anterior, tinha conhecimento, tinha conhecimento do plano que estava passando. Simplesmente, o governo virou as costas. Não apoiou a população yanomami", acrescenta Hekurari.

Só no último domingo (22.jan), foram resgatadas 26 crianças yanomamis. Ao todo, são 47 internadas no Hospital Infantil Santo Antônio. As principais causas para as internações são desnutrição, pneumonia, malária, picadas de cobra, inflamações gastrointestinais e diarreia aguda. A maioria dos pacientes vem das comunidades da região de Surucucu, na terra Yanomami.

Em todo o país, moradores se mobilizam para ajudar os indígenas. Em São Paulo, Dona Zilnete doou alimentos para a campanha organizada pela Central Única das Favelas (CUFA) e pela Frente Nacional Antirracista.

"Estão morrendo à míngua, porque não tem quem olhe por eles, e o que a gente puder fazer, a gente faz. Principalmente, as crianças. Eu vi essa reportagem ontem à noite. Eu pedi a deus que amanhecesse de manhã para a gente trazer alguma coisa para ajudar", conta a dona de casa Zilnete da Silva Oliveira.

"Até o dia de ontem, a gente conseguiu arrecadas 40 mil toneladas [de alimentos], e a nossa meta é arrecadas 300 mil toneladas, em 30 dias", afirma a diretora de projetos especiais da CUFA, Letícia Gabriela.

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