"Fomos surpreendidos com os eventos do dia 8", diz Augusto Aras
Segundo ele, muitos servidores da PGR estavam de férias e tiveram que retornar ao trabalho
O procurador-geral da República, Augusto Aras, comentou, nesta 3ª feira (17.jan), os atos golpistas que causaram destruição em Brasília no último dia 8 de janeiro. "Fomos surpreendidos, como muitas outras autoridades", disse Aras. Em entrevista ao programa Perspectivas, do SBT News, ele contou que muitos servidores da PGR estavam de férias e tiveram que retornar ao trabalho para lidar com o caos provocado pelos bolsonaristas que não aceitaram o resultado das eleições.
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Ao ser questionado sobre a responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por incitar os atos e alimentar -- novamente -- teorias de fraude nas eleições ao publicar um vídeo em suas redes sociais, Aras afirmou que a PGR pediu a abertura de inquérito contra Bolsonaro.
De acordo com o procurador, o inquérito foi aberto para colher possíveis provas de autoria e materialidade contra o ex-mandatário. Até o momento, a PGR não recebeu da polícia um retorno -- o que deve levar até 60 dias para acontecer.
Segundo ele, o pedido foi uma iniciativa da própria Procuradoria-Geral da República, e não por pressão de um grupo de procuradores, como foi ventilado nos últimos dias. "A PGR nunca se atrasou, nós só não fizemos espuma", disse Aras, que também afirmou que esse grupo de procuradores seria de "adversários dentro do Ministério Público".
Aras ainda afirmou que, até a próxima 2ª feira (23.jan), pelo menos dez denúncias contra incitadores, financiadores e vândalos devem acontecer. "Acredito que cheguemos em 200 denúncias", disse ele.
Sobre possíveis responsabilidades do governo atual (Ministério da Defesa, Ministério da Justiça e Gabinete de Segurança Institucional), o PGR disse que ainda é muito cedo para fazer comentários sobre autoridades que, por ventura, tenham se omitido.
Com a colaboração de Emanuelle Menezes.
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