Publicidade

Aras nega função de "engavetador da República" e comenta atuação da PGR

Procurador-geral foi chamado assim por quem o acusava de atrasar processos contra Bolsonaro

Aras nega função de "engavetador da República" e comenta atuação da PGR
Aras nega função de engavetador da República e comenta atuação da PGR
Publicidade

"Não podemos controlar a maledicência de quem quer que seja", disse o procurador-geral da República, Augusto Aras, nesta 3ª feira (17.jan) sobre os que o chamam de "engavetador da República". Aras foi chamado assim, muitas vezes, por quem o acusava de atrasar ou não dar continuidade a processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

Em entrevista para o programa Perspectivas, do SBT News, Aras afirmou que durante sua gestão foram produzidos mais resultados em relação ao combate à criminalidade que nos últimos 12 anos anteriores, "para o desgosto de alguns".

"A nossa gestão é uma gestão eficiente, fizemos 30 anos em 3", disse o procurador, elencando o alto número de grandes operações da PF nos últimos dois anos -- segundo ele, o equivalente a duas por mês. Ele ainda citou a cassação de dois governadores e a denúncia de deputados, ministros, vice-governadores e governadores. Aras também lembrou dos oito inquéritos abertos pela PGR contra Bolsonaro, quando ainda era presidente da República, sem contar os outros 10 inquéritos da CPI da Covid.

Para ele, o "carimbo de engavetador" não resiste à transparência, à publicidade de sua atuação enquanto PGR. Aras afirmou que quando tomou posse, em 2019, encontrou 4.782 processos nas gavetas. "Na minha gestão, além de receber por mês 3.100 processos, ainda tive que dar conta do rescaldo das gestões anteriores. Nosso trabalho está praticamente todo em dia", disse ele.

Ao contrário da fama, Aras afirma que sofre "muita pressão" para arquivar o que não deve. Quando questionado sobre, o procurador afirmou que não pode fazer mais revelações, por razão do segredo de justiça.

O PGR disse, em tom de retrospectiva sobre seus anos à frente do Ministério Público, que sempre seguiu a Constituição. "Fiz uma opção de dormir com a constituição como meu travesseiro", afirmou.

Aras e Bolsonaro

Quando questionado sobre sua relação com o ex-presidente, Aras foi firme ao afirmar que "não havia relação de dependência da PGR com o governo".

De acordo com Aras, o exercício da função dele enquanto PGR é orientado pela Constituição e pela ordem jurídica e pautado, portanto, por um alto grau de responsabilidade.

"Uma simples suspeita levantada contra o Chefe de Estado promove uma tsunami, uma tempestade, na bolsa de valores, no mercado financeiro. Isso pode comprometer geração de emprego, pode comprometer arrecadação tributária, a paz social", disse ele.

Afirmando que procura "ser fiel aos deveres do cargo", Aras disse que esteve poucas vezes com Bolsonaro e que esses encontros sempre foram rápidos, nunca ultrapassando 15 minutos. "Nunca recebi proposta indecorosa de quem quer que seja", concluiu ele.

Segundo o PGR, dos 18 inquéritos contra Bolsonaro -- oito requeridos por ele e outros 10 oriundos da CPI da Covid -- aproximadamente 12 foram arquivados. Ele denunciou, durante a entrevista, que muitos dos arquivamentos aconteceram porque "alguns ministros do STJ mandaram 'incinerar' provas legalmente produzidas no âmbito da CPI". 

Com a colaboração de Emanuelle Menezes.

Leia também:

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
jair bolsonaro
augusto aras
engavetador
função
perspectivas
brasil
debora-bergamasco

Últimas notícias

Exército de Israel afirma ter matado líder do Hamas no sul da Síria

Exército de Israel afirma ter matado líder do Hamas no sul da Síria

Ahmad Muhammad Fahd era responsável pelas operações do grupo extremista palestino na região
Bets: ministérios vão avaliar impactos de apostas online na saúde mental de brasileiros

Bets: ministérios vão avaliar impactos de apostas online na saúde mental de brasileiros

Secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, disse à Agência Brasil que trabalho deve envolver pasta da Saúde
Polícia Federal prende primeira-dama de João Pessoa (PB) por aliciamento violento de eleitores

Polícia Federal prende primeira-dama de João Pessoa (PB) por aliciamento violento de eleitores

Marido de Lauremília Lucena, o prefeito e candidato à reeleição Cícero Lucena (PP) disse, em nota, que se trata de "prisão política" às vésperas da eleição
Hezbollah confirma morte do líder Hassan Nasrallah em bombardeios de Israel no Líbano

Hezbollah confirma morte do líder Hassan Nasrallah em bombardeios de Israel no Líbano

Ataque feito no sul de Beirute, capital do país, também matou outros chefes do grupo
Anvisa prorroga proibição ao uso de fenol por tempo indeterminado

Anvisa prorroga proibição ao uso de fenol por tempo indeterminado

Resolução mantém medida preventiva vigente, feita após a morte de um empresário em São Paulo decorrente do procedimento de peeling de fenol
Mega-Sena: sorteio pode pagar prêmio de R$ 32 milhões neste sábado (28)

Mega-Sena: sorteio pode pagar prêmio de R$ 32 milhões neste sábado (28)

Apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em casas lotéricas ou pela internet
Brasil segue sem embaixador em Israel após quatro meses e com ataques no Líbano

Brasil segue sem embaixador em Israel após quatro meses e com ataques no Líbano

Falta de representação fragiliza relação entre países em meio a possível "guerra total" e análise de repatriação
Quem é Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah que Israel afirma ter matado

Quem é Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah que Israel afirma ter matado

Grupo libanês confirmou a morte de Nasrallah após bombardeiros em Beirute, nesta sexta-feira (27)
Líder do Hezbollah morre em ataque a Beirute, afirmam militares de Israel

Líder do Hezbollah morre em ataque a Beirute, afirmam militares de Israel

Grupo libanês, aliado ao Hamas, emitiu um comunicado na manhã deste sábado (28) confirmando a morte de Hassan Nasrallah
CONTEXTUALIZANDO: Entenda a mudança no Código Penal que cria pena própria para casos de feminicídio

CONTEXTUALIZANDO: Entenda a mudança no Código Penal que cria pena própria para casos de feminicídio

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova
Publicidade
Publicidade