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Brasil

Escola na periferia de São Paulo vira ponto permanente de solidariedade

Confira lista de organizações que aceitam doações para a população carente

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Em plena pandemia, uma escola percebeu que precisava socorrer a comunidade onde está instalada, em Perus, na zona norte de São Paulo. A ação deu tão certo que virou um ponto permanente de solidariedade, além de levar aos alunos lições que estão fora dos livros.

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Em abril de 2020, as portas fecharam, os funcionários foram dispensados e as aulas suspensas. A escola ficou praticamente vazia. Foi aí que as duas donas resolveram ir à contramão do isolamento social: abriram as portas pra comunidade, que mais precisava nesse momento, com uma atitude simples, mas muito importante.

"Tiramos do bolso, fizemos uma prateleira e colocamos lá: se você puder, doe, se precisar, pegue", conta a diretora Roselei Hubeda.

A diretora só não imaginavam que havia tanta gente precisando. A fila para pegar alimentos chegou dar volta no quarteirão.

"Isso aí foi tomando uma proporção tão grande que chegou a formar 500 pessoas no portão. Foi o nosso dia a dia por pelo menos quatro meses. A comunidade local se sensibilizou, então vinha gente e dizia: 'olha, eu tenho uma caixa de chuchu no meu quintal, está aqui'. Pequeno comerciante: 'olha, sobrou a banana'. O dono da padaria: 'sobraram pãe's. Os pais das crianças também foram se sensibilizando e também trazendo alimentos, as crianças chegavam e: 'olha, diretora, hoje eu também trouxe pra contribuir', e nós passamos a conhecer verdadeiramente a comunidade do entorno", conta

Muitas dessas histórias eram desconhecidas. "A necessidade da comunidade, ela nem sempre é exposta, ela se encontra por trás de cada portão fechado", afirma a líder comunitária Luzia Maria Honorato.

Até quem estava acostumado a doar precisou de ajuda. Dona Maria Divina perdeu o filho pra covid-19: "no começo da pandemia, em fevereiro, faleceu o meu filho, que me ajudava, eu não tinha pra quem correr, e comecei a pedir pra mim, então já era não era pra outras pessoas, era pra mim".

O tempo passou e a pandemia deixou sequelas. A fila que chegou a ser de 500 pessoas desapareceu, mas há quem continue batendo na porta do colégio.

Dona Maria Júlia é mãe de quatro filhos adotivos, dois deles com síndrome de down. "É muito difícil, lá em casa eu vou dormir 02h30, 03h, preocupada com amanhã, com tudo que vou precisar comprar", conta a costureira. Quando ela viu o prato vazio, recorreu à escola.

Pais, alunos e educadores notaram que a necessidade não era só de alimentos. O que começou na pandemia, o varal solidário, virou rotina, prática comum na comunidade. Funciona assim: quem tem pra doar, coloca no varal. Quem não tem, pode levar pra casa, sem restrição. São roupas, sapatos e alimento pra alma, poesia.

Além de soma, a conta é também de multiplicação. Isso porque quem estuda na escola aprende desde muito cedo, nas aulas e conversas, a importância de olhar para aquele que  -- muitas vezes -- sofre em silêncio.

Além da escola, muitas outras organizações se mobilizam para ajudar a população mais carente. Confira abaixo as instituições que você pode ajudar com doações:

Natal sem fome

Exército da Salvação

LBV

Unicef

Cufa - Central Única das Favelas

Instituto Mandaver

Amigos do Bem

Ação da Cidadania

Misturaí

Projeto Dividir

Aviva

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