SUS tem mais de 1 milhão de cirurgias atrasadas, diz Fiocruz
Pesquisa avalia impacto da pandemia no sistema de saúde pública brasileira
SBT News
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em levantamento realizado para entender o panorama da saúde após o surgimento da pandemia, identificou que brasileiros que precisam realizar procedimentos cirúrgicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão em uma longa fila de espera. Há mais de um milhão de pessoas que aguardam ser chamadas.
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"Algumas regiões do país apresentam déficit considerável de atendimentos clínicos e procedimentos cirúrgicos que podem evoluir com complicações. Além disso, a demanda reprimida nos exames e diagnósticos representam problemas para agravamento de condições clínicas não atendidas a tempo", diz a nota da entidade.
Os estudos destacam as dinâmicas dos 30 grupos de procedimentos listados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS de 2014 até maio de 2022. Também comparam os volumes específicos dos anos marcados pela Covid-19 (2020, 2021 e 2022) em relação à média do período 2014-2019.
Na região nordeste, por exemplo, cirurgias do aparelho digestivo, mama, vias aéreas superiores, face, cabeça, pescoço e aparelho circulatório estão entre as que mais deixaram de ser realizadas. Desde o início da pandemia, a região apresenta um volume de 367.560 a menos do que esperado em relação à média de 2014-2019.
Cientistas envolvidos nas análises afirma ser de extrema importância o investimento na atenção e na promoção da saúde. "Os desafios do SUS nos próximos anos são enormes, tanto pelo passivo adquirido durante a pandemia, quanto pelos cuidados pós-Covid que eventualmente o sistema terá que tratar", finaliza Diego Xavier, pesquisador do Icict/Fiocruz e um dos responsáveis pelo levantamento.