SP: operação contra pirataria termina em confusão generalizada no Brás
Comerciantes atacaram viaturas da Receita Federal; duas pessoas foram presas
Fábio Diamante
Uma operação da Receita Federal contra a venda de produtos falsificados, nesta 6ª feira (25.nov), no Brás, terminou em uma confusão generalizada pelas ruas do tradicional bairro de comércio popular de São Paulo.
O tumulto começou assim que os fiscais da Receita Federal chegaram ao shopping Tupã, no centro da capital paulista. Os carros foram atacados por pessoas que protestavam contra a ação. Um homem chegou a usar uma pedra para quebrar o vidro de um dos veículos.
Durante o quebra-quebra, manifestantes tentaram retirar parte das mercadorias. "[sic] Ficaram desesperados, e ai tentaram tirar alguma coisa. Mas, aí falaram que ninguém ia tirar nada, já era. Aí o pessoal se desesperou. E a população ficou olhando, vendo essa situação também... começou o quebra-quebra", conta uma vendedora que prefere não se identificar.
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Enquanto os agentes vasculhavam o shopping, em busca de produtos falsificados, as pessoas na rua chutavam as portas e jogavam pedras e objetos contra as viaturas.
Um policial militar chegou a apontar a arma para as pessoas que xingavam os fiscais. A confusão só terminou depois que a rua foi interditada.
A Receita Federal já havia realizado uma operação similar, no início do mês, no mesmo local e também em um shopping popular na região da Praça da Sé. Na ocasião, foram retiradas das ruas cerca de 975 toneladas de produtos piratas. Segundo os fiscais, a ação foi repetida nesta 6ª feira porque o prédio já estava lotado de novo de produtos falsificados.
O advogado dos lojistas criticou a operação. "Sempre quando não está o Pode Judiciário para ter um autocontrole, sempre extrapola de uma forma que a gente tenta minimizar. Aqueles que vendem e trabalham dentro da legalidade, com certeza, eles não ficam contentes com a operação, porque atrapalha o faturamento", afirma o defensor Edmilson Osório.
Dois homens foram detidos durante a confusão. Um deles acabou preso por desacato. Ele já tinha duas passagens por roubo. Um dos homens que atacaram as viaturas da Receita Federal foi indiciado por dano e depois solto.
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