Fertilização in vitro acima dos 40 anos têm mais chances de prematuros
Segundo pesquisa, mulheres de 42 tiveram taxa de prematuridade de 20%, contra 13% das com menos de 35 anos
Um estudo inédito realizado com 3.724 brasileiras submetidas à Fertilização in vitro (FIV) aponta que existe uma correlação entre o peso ao nascer e a prematuridade do bebê, com a idade da mulher gestante. A pesquisa foi conduzida na Clínica Huntington Medicina Reprodutiva, durante quase sete anos, com pacientes que utilizaram óvulos próprios (77,6%) e óvulos doados (22,4%) na reprodução assistida.
De acordo com o estudo, pacientes com mais de 42 anos apresentaram uma taxa de prematuridade em seus bebês de 20,5%, contra 13,3% em pacientes com menos de 35 anos. Já para as pacientes entre 38 e 40 anos, esta taxa foi de 16,6%. "Após os 35 anos, uma mulher tem o risco de uma gravidez de bebê prematuro aumentado em 4%, a cada ano que passa. É preciso ter consciência de que as gestantes, conforme o envelhecimento, tornam-se grupo de risco, estando suscetíveis a uma série de situações como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia", comenta a gerente de pesquisa, Dra. Aline Lorenzon.
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Em todo o mundo, as mulheres têm postergado a gravidez. No Brasil, o IBGE constatou esta tendência a partir de 2017, quando 35,1% dos 2,86 milhões de bebês registrados tinham mães com 30 anos ou mais. Embora o congelamento de óvulos seja uma alternativa para que a gestação ocorra com mais tranquilidade, quanto mais velha a mulher estiver, maiores serão os riscos desta gestação.
Nas mulheres com idade avançada de gestação (a partir dos 38 anos), verificou-se uma queda considerável no peso dos bebês ao nascimento. Vale ressaltar que baixo peso ao nascer e prematuridade são fatores associados à mortalidade neonatal.
A gerente de pesquisa ressalta, ainda, que o resultado do estudo é um alerta para que os profissionais e obstetras que acompanham a gestação destas mulheres tenham o compromisso e o cuidado de manterem um pré-natal diferenciado; assegurando a saúde da mãe e do bebê.
"Como comprovamos no estudo, esta gestação precisa de um cuidado ainda maior. A tecnologia anda junto com a Medicina para chegarmos aos melhores resultados, mas, sem dúvida, o acompanhamento profissional humanizado faz toda a diferença neste processo", informa Dra. Aline Lorenzon.
Cuidados com bebês prematuros
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma nova diretriz sobre os cuidados bom bebês prematuros. A orientação para é para que eles sejam colocados diretamente em contato pele a pele com o cuidador, conhecido como método canguru. Isso deve ser feito imediatamente após o nascimento, sem qualquer período inicial em uma incubadora. A diretriz é direcionada para bebês nascidos antes de 37 semanas de gravidez, ou pequenos, com menos de 2,5 kg e busca melhorar a chance de sobrevivência e os resultados de saúde.
Como os bebês prematuros não têm gordura corporal, eles acabam não conseguindo regular sua própria temperatura quando nascem e geralmente precisam de assistência médica para respirar.