Rio Grande do Sul sofre com desabastecimento de alimentos
Produtos vindos de outras regiões do país estão parados em bloqueios nas rodovias
Luciane Kohlmann
O Rio Grande do Sul sofre com desabastecimento de alimentos vindos de outras regiões do país. Apesar de não ter mais bloqueios no estado, cargas estão paradas em rodovias de Santa Catarina e Paraná.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Do lado de fora da central de abastecimento de Porto Alegre, uma fila de caminhões espera produtos para distribuição no interior do estado, mas 90% das cargas não chegaram. As frutas comercializadas em solo gaúcho vêm do nordeste, e os legumes, do sudeste.
Uma carga de batata-doce, colhida em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, está parada em um bloqueio ilegal. Há quatro dias, o caminhoneiro Gilberto Neres está preso na BR-101, em Joinville, Santa Catarina.
"A gente já nem dorme direito olhando aqui no celular, nos grupos, pra ver se libera alguma coisa pra gente seguir viagem, mas até agora nada", diz o caminhoneiro.
O tomate é o produto mais impactado pelos bloqueios. Cerca de 60 mil caixas do fruto são vendidas num dia normal na Ceasa do Rio Grande do Sul, mas nesta 5ª feira (3.nov) foram menos de mil. Outros itens também sumiram das bancas, como melancia, abacaxi, mamão, batata e cebola.
"Hoje temos desabastecimento desses principais produtos. Não temos como negar, infelizmente. Se não for liberado essas cargas entre hoje e amanhã, infelizmente, esse final de semana muitas cidades do Rio Grande do Sul vão estar desabastecidas desses produtos", afirma Ailton Machado, presidente da Ceasa gaúcha.
As rodovias interditadas também prejudicaram a fábrica da General Motors em Gravataí, na Grande Porto Alegre. A montadora deixou de operar por falta de componentes.
No Pará, os bloqueios causaram desabastecimento em supermercados. Alimentos perecíveis, que vêm de outras regiões, estão em falta.
Uma carreta, com 800 caixas de tomate, deveria ter chegado a Porto Alegre na 2ª feira (31.out), mas o caminhoneiro Rafael de Oliveira só conseguiu seguir viagem na tarde desta 5ª, após ficar em um bloqueio na BR-376, em Miringava, no Paraná.
"Eu carreguei domingo na fazenda lá em Mogi-Guaçu, interior de São Paulo, Isso aí vai prejudicar a classe da gente né?", diz o caminhoneiro.
Leia também: