Empreendedores da periferia recorrem à 'economia circular' para baratear custos
Coletivo de costureiras do Capão Redondo usam guarda-chuvas descartados para fabricar roupas

Simone Queiroz
Um coletivo de costureiras do Capão Redondo, periferia de São Paulo, decidiu usar um material normalmente descartado para produzir peças exclusivas: o tecido impermeável do guarda-chuva, que acaba sendo jogado no lixo quando quebra.
"Surgiu a ideia de pegar os guarda-chuvas e fazer bolsas; e depois disso, foi expandindo cada vez mais", conta a funcionária da empresa, Lídia Santos do Nascimento.
Os coletivos e cooperativas têm sido a solução para muitos empreendedores das periferias. Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, 40% desses micro e pequenos empresários relatam dificuldade em conseguir crédito.
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O modelo de união, além de gerar renda, normalmente é um exemplo da chamada economia circular, que se baseia em "4 Rs": repensar, reduzir, reutilizar e reciclar.
"Tem uma questão ambiental, que a gente está tirando uma pressão para extrair novos recursos, e a gente está tirando uma pressão também para dar uma destinação correta para esse resíduo, que ainda tem uma vida útil", explica a professora do Insper, Priscila Claro.
O coletivo, ligado à ONG 'Vida Corrida', contou com a doação de máquinas de costura e do contêiner transformado em oficina, onde trabalham 4 mulheres moradoras do bairro. Elas recebem um salário mínimo e, no futuro, quando houver mais peças em estoque, também serão comissionadas pelas vendas. As roupas custam, em média, R$ 250.
"Eu ganhava o salário mínimo da aposentadoria. Agora, tenho nova renda, vai ajudar muito", comemora a costureira Maria Helena.
Para aumentar a produção, o coletivo precisa de doações de guarda-chuvas. Para ajudar, basta procurar 'Vida Corrida' nas redes sociais. Um negócio em que todo mundo sai ganhando, inclusive, quem paga por uma roupa exclusiva que, além de tudo, conta uma história de luta e sucesso.
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