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Mais de 100 ações trabalhistas por gordofobia foram registradas desde o início do ano

A cada 2 dias, um processo por discriminação à pessoa acima do peso é aberto na Justiça do Trabalho

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A discriminação por peso pode ser vivenciada de muitas maneiras e, hoje, tem nome: gordofobia. Alvo constante de xingamentos de seus colegas de trabalho, Reinaldo procurou uma advogada para poder deixar o emprego, com todos os seus direitos garantidos.

"Eu ficava triste. Não tinha vontade de ir para empresa. Eu tive que passar com psiquiatra", lembra o técnico de farmácia Reinaldo Domingos.

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Segundo a advogada Carolina Carvalho Aguiar, em situações como a dele, o trabalhador deve buscar ajuda profissional na hora de dar entrada do processo. "Se a pessoa se sente indisposta a ir trabalhar por algo que está acontecendo, e a própria empresa não está se responsabilizando para manter esse bom ambiente de trabalho, então, ela pode entrar com a rescisão indireta, desde que ela consiga comprovar que, de fato, ela quer sair da empresa porque ela não consegue mais trabalhar por culpa da própria empresa", esclarece a advogada.

Todos os dias, pessoas com sobrepeso passam por uma série de constrangimentos e ridicularização. Mas, é no ambiente profissional que mais casos têm sido denunciados. Ainda não existe uma lei específica contra a gordofobia, por isso, a Justiça brasileira tem utilizado leis de combate ao preconceito para a proteção da pessoa obesa.

"São crimes contra a honra, se caracteriza a ofensa à intimidade dessa pessoa ou à imagem que ela tem. Não é um crime propriamente dito e tipificado como gordofobia, mas o código penal tem outros tipos penais que podem abarcar essa situação. O mais apropriado seria difamação, não seria nem a injúria, nem a calúnia, seria a difamação", explica o advogado Daniel Domingues Chiode.

Um levantamento mostra que, de janeiro a setembro, uma ação trabalhista foi movida a cada dois dias em todo o país, envolvendo vítimas de gordofobia. Ao todo, já são 104 casos. No ano passado, o total foi de 140. Um crescimento alto se comparado aos anos anteriores.

Ainda de acordo com a pesquisa, essa discriminação acontece, principalmente, em locais de trabalho como restaurantes, comércio varejista, bancos e hospitais. "Vem aumentando o grau de conscientização das vítimas em relação ao que elas podem ou não fazer quando são ofendidas, e vem aumentando a responsabilidade das empresas em relação a coibir esse tipo de discriminação", acrescenta o advogado Daniel Chiode.

Mais que dinheiro, Reinaldo espera mesmo respeito. "Eu sai desse hospital que eu estava, me superei, arrumei um emprego muito melhor e estou feliz", conclui o técnico de farmácia.

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