Votação para anexar territórios ucranianos à Rússia entra no último dia
Processo é visto como ilegal pela comunidade internacional e representa uma nova escalada na guerra
Camila Stucaluc
A votação para anexar territórios ucranianos à Rússia chega ao último dia nas cidades de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia, no sul e leste do país. Cerca de 4 milhões de cidadãos foram convocados para comparecer, nesta 3ª feira (27.set), às estações e votar nos chamados referendos de anexação. O processo acontece há quatro dias.
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A adesão deve ser maior entre moradores de Donetsk e Lugansk, regiões pró-Rússia e reconhecidas por Moscou como "repúblicas populares". Em Kherson e Zaporizhzhia, por outro lado, a votação, feita em papel, deve ser dividida, uma vez que os referendos acontecem devido à ocupação russa nos locais.
O processo é visto como ilegal pela comunidade internacional, que classifica a votação como um falso pretexto para tentar anexar partes da Ucrânia ao território russo à força. A ação viola o direito internacional e as diretrizes da Carta das Nações Unidas, além de apresentar uma nova escalada no conflito militar.
Isso porque, caso os municípios se tornem parte da Rússia, o presidente Vladimir Putin poderá, assim como já afirmou, usar "todos os meios" para defender a integridade territorial do país, incluindo armas nucleares. A ação foi condenada por líderes mundiais, como o presidente norte-americano, Joe Biden, que frisou que não reconhecerá as regiões "como nada além de parte da Ucrânia".
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A afirmação foi reforçada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que também disse que não reconhece, até hoje, a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014. "Os Aliados da Otan não reconhecerão sua anexação ilegal e ilegítima. Estas terras são a Ucrânia. Instamos todos os Estados a rejeitarem as tentativas descaradas da Rússia de conquista territorial."