Setembro Amarelo: a importância de falar sobre prevenção ao suicídio
Mês é dedicado a conscientização sobre saúde mental; no mundo 1 a cada 100 pessoas tiram a própria vida
Sandra Santos
Setembro é o mês da prevenção ao suicídio. Para reforçar a importância da divulgação dos canais de atendimento, informar e conscientizar a população sobre o tema, uma campanha do governo federal traz a publicação de peças digitais em vídeos, cards, banners, infográficos e matérias especiais. O conteúdo produzido ficará disponível em um portal exclusivo da campanha que poderá ser acessado a partir da página: gov.br/acolha.
"Queremos oferecer um local para que a população tenha acesso a informações e saiba o que fazer e como proceder em caso de necessidade. Acreditamos que este espaço virtual permitirá que as pessoas se informem e ajudem na prevenção do suicídio, da automutilação e demais sintomas sobre a fragilidade da saúde mental", reiterou a titular do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto.
Diante dos impactos da pandemia da covid-19, com medidas de isolamento que afetaram as relações interpessoais, queixas de depressão, angústia e pânico, estão crescendo no Brasil e no mundo. Em meio ao aumento de casos de suicídio, a conscientização sobre os distúrbios que afetam a saúde humana e a quebra de estigmas são urgentes, assim como a busca de apoio psicológico adequado.
Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou a maior revisão sobre a saúde mental mundial desde a virada do século, o Informe Mundial de Saúde Mental. De acordo com a pesquisa, em 2019, quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, viviam com pelo menos um transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade.
No Brasil os números de casos de óbitos por suicídios vêm aumentando, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, uma média de 38 suicídios por dia, segundo dados do Ministério da Saúde. A cada 100 mil homens brasileiros, 12,6% cometem suicídio; entre mulheres, a comparação aponta para 5,4% casos de suicídio a cada 100 mil mulheres brasileiras.
O início da campanha Setembro Amarelo no país foi em 2015, ainda assim desde lá os números não param de subir, 30% de 2015 a 2021. No Estado de São Paulo houve um aumento considerável, 10% de óbitos por suicídio nos últimos em três anos (2019-2021).
A campanha
A campanha Setembro Amarelo foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) entidade sem fins lucrativos que atua na conscientização sobre a prevenção do suicídio desde 1962, juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). No calendário, 10 de setembro marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. As ações de atenção ao tema acontecem ao longo de todo o ano, os endereços para informações e ajuda são: setembroamarelo.org.br e o telefone é o 188.
O Ministério da Saúde também oferece serviços que atendem casos de suicídio: CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde) e UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro, hospitais, além do CVV.
A OMS define o suicídio como sendo "um ato deliberado, iniciado e levado a cabo por uma pessoa com pleno conhecimento ou expectativa de um resultado fatal".
Diversos motivos podem levar alguém a considerar e/ou cometer o suicídio:
Depressão ou outras doenças mentais;
Tentativas anteriores;
Luto recente;
Dependência química ou alcoólica;
Histórico de suicídio familiar;
Falta de vínculos sociais e familiares;
Doenças terminais ou incapacitantes;
Problemas escolares (como o bullying) ou laborais;
Desemprego;
Declínio social;
Divórcio;
Estresse.
Especialistas alertam que apenas profissionais da saúde especializados estão aptos para exercer o papel de guias através de orientações psicológicas.
Confira o vídeo da campanha: