7 de Setembro reúne ruralistas, evangélicos e empresários alvos do STF
Em Brasília, movimento contou com líderes do agronegócio, religiosos e investigados alvos de busca da PF
Rafaela Vivas
O desfile cívico-militar em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil e as manifestações políticas nesta 4ª feira (7.set) em Brasília, reuniram em meio ao público apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), líderes do agronegócio, evangélicos e empresários que foram alvos, recentemente, de uma ação de busca e apreensão da Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quatro dos oito empresários investigados por terem conversado em um grupo de Whatsapp sobre eventual golpe de estado no caso de o mandatário ser derrotado nas eleições deste ano, estiveram na tribuna de honra durante o desfile cívico-militar, na Esplanada dos Ministérios. O empresário Luciano Hang, dono da Havan, Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da Mormaii, André Tissot, do Grupo Sierra, e José Khoury, dono do shopping Barra World. A área é destinada a chefes de Estado e autoridades como os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), da Câmara e do Senado - que não compareceram ao evento.
Luciano Hang permaneceu na tribuna, ao lado de Bolsonaro, durante toda a cerimônia, entre o chefe do Executivo e o presidente de Portugal, Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa. Hang é aliado antigo e demonstra apoio ao presidente desde a campanha eleitoral em 2018. O empresário também esteve no desfile cívico-militar em anos anteriores. Mais cedo, o empresário participou de um café da manhã promovido por Bolsonaro para seus ministros e aliados, no Palácio da Alvorada. O café também contou com a participação do pastor Silas Malafaia.
Ruralistas
Lideranças do agronegócio, em aceno ao presidente Bolsonaro, promoveram um desfile de 28 tratores na Esplanada. Um grupo de produtores rurais e empresários ligados ao setor organizou o "tratoraço" como uma forma de manifestar apoio público ao candidato à reeleição.
O movimento foi articulado pelo ex-presidente da Associação de Produtores de Soja (Aprosoja) e candidato ao Senado por Mato Grosso, Antonio Galvan (PTB), que está à frente do Movimento Brasil Verde Amarelo - que representa cerca de 200 associações e sindicatos ligados ao agronegócio.