Pilotos migram do Brasil para os EUA em busca de oportunidades
Setor de aviação norte-americano sofre com a falta de profissionais
José Luiz Filho
O reaquecimento do setor de aviação provocou um aumento na migração de pilotos do Brasil para os Estados Unidos. A falta de profissionais no mercado americano virou oportunidade para os brasileiros em busca de salários melhores e outras vantagens.
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Voar é um sonho do homem desde a antiguidade. Para muitos pilotos e co-pilotos do Brasil, a chance disso se tornar realidade nunca foi tão real. Há anos, a aviação comercial norte-americana convive com a escassez da mão de obra. Com a pandemia, a situação se agrvou.
O escritório de estatísticas do trabalho dos Estados Unidos estima que, na próxima década, para suprir o crescimento do setor de aviação, as companhias aéreas do país vão precisar contratar ao menos 14.500 pilotos e co-pillotos por ano. Os brasileiros, por sua vez, estão de olho nas oportunidades.
"Essa é uma das vantagens da profissão --- poder exercer a atividade em qualquer local do mundo", afirmou Henrique Hacklaender Wagner, presidente do Sindicato dos Aeronautas, em entrevista ao SBT.
O piloto Douglas Kafuri tem mais de 10 anos de experiência. No início do ano, ele deu entrada no processo para conseguir o visto de trabalhos nos EUA. Casado e pai de duas meninas, além do salário quatro vezes maior que o nacional, ele busca outras vantagens.
"As empresas oferecem bonificação, plano de aposentadoria, reconhecimento e crescimento profissional dentro da empresa", apontou.
Em 2021, o Sindicato Nacional dos Aeronautas emitia uma carta de reocmendação por mês para profissionais interessados em trabalhar nos Estados Unidos. Atualmente são 15 por semana. Embora a fuga de mão de obra possa parecer uma ameaça ao mercado doméstico, Henrique Hacklaender Wagner vê como uma forma de valorização da carreira dos pilotos brasileiros.
"Pacotes lá fora hoje em dia oferecem desde moradia e educação para os filhos para tentar atrair os tripulantes. Eles entendem que a falta deles mexe com toda a economia do país", completou.
