Bolsonaro: "Não precisamos de cartinha para falar que defendemos a democracia"
Em convenção do PP, presidente ironizou manifesto, enquanto Lira rebateu críticas sobre silêncio nos últimos dias
Rafaela Vivas
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta 4ª feira (27.jul) que não precisa de "cartinha" para defender a democracia. A declaração foi dada durante a Convenção Nacional do Progressistas (PP), em Brasília, e veio como resposta ao manifesto organizado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), assinado por juristas, empresários e integrantes da sociedade civil. O texto defende a democracia e o sistema eleitoral brasileiro.
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"Todos têm espaço nesse Brasil, vivemos em um país democrático, defendemos a democracia, não precisamos de uma cartinha para falar que defendemos a democracia, que queremos cada vez mais cumprir e respeitar a Constituição", discursou.
Ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente ainda afirmou "não precisamos então de apoio e sinalização de quem quer que seja para mostrar que o nosso caminho é a democracia, é a liberdade, é o respeito à Constituição".
Na mesma toada, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também reagiu. Depois de ser criticado pelo silêncio nos últimos dias pela falta de posicionamento sobre as declarações de Bolsonaro contra as urnas, Lira defendeu o sistema de votação brasileiro.
"A Câmara dos Deputados fala quando é necessário falar, não quando querem obrigá-la a falar. Eu dei mais de 20 mensagens no mundo afora e interno no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e eleições transparentes e confio no sistema eleitoral, não precisa qualquer movimento público ou político fazer com que isso se apresente de maneira sempre necessária. As instituições no Brasil são fortes, são perenes, e não são nem nunca serão redes sociais", disse Lira.
Aliança PP e PL
O evento oficializou a aliança entre PP e o Partido Liberal (PL), de Bolsonaro. Com Ciro Nogueira, presidente da legenda, como ministro da Casa Civil e Fábio Faria como ministro das Comunicações, além de Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, que chegou a ser cotada para disputar a vice-Presidência na chapa de Bolsonaro à reeleição, o PP compõe parte importante da base política do presidente no Congresso.
Com a aliança política, Bolsonaro terá um dos maiores tempos durante campanha eleitoral de rádio e TV.
