TCM-RJ identifica superfaturamento de R$ 10 milhões em compras da prefeitura
Os produtos superfaturados eram utilizados por profissionais da saúde no tratamento de pacientes com Covid
SBT News
Um relatório do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro identificou um superfaturamento de cerca de R$ 10 milhões em compras da Prefeitura do Rio no início da pandemia de Covid-19, em 2020. Segundo o documento, concluído no final de junho deste ano, dois executivos da capital na gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) são citados como responsáveis pelas compras. O então presidente da Rio-Saúde, Marcelo Roseira, e o ex-subsecretário de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde, Ivo Remuzka. O responsável pelo relatório, Igor dos Reis Fernandes, disse que uma Tomada de Contas Especial será instaurada para identificar os responsáveis. Caso sejam culpados pelo superfaturamento, os condenados deverão devolver o dinheiro aos cofres públicos.
Segundo o Tribunal, dentre os itens superfaturados, estavam 2 milhões de toucas cirúrgicas e 30 mil óculos de proteção individual importados da China. O relatório revela que as toucas foram compradas por uma fornecedora chinesa por cerca de R$ 0,95 a unidade, mas o mesmo item era encontrado por apenas R$ 0,10 no mercado nacional. Já os óculos de proteção, também adquiridos por uma fornecedora chinesa, cada unidade foi adquirida por R$ 38,80, enquanto os fornecedores nacionais estavam dispostos a vender o produto por R$1,89. A compra de cada item ficou 1.958,2% mais caro.
Dentre os produtos superfaturados, constava ainda a compra de 30 mil capotes de proteção em uma compra de emergência pela Rio-Saúde de um fornecedor nacional para entregar em 24h ao custo de R$ 24. No mesmo dia, a prefeitura teria encomendado, com outro fornecedor, 50 mil unidades do mesmo produto por R$ 14,5. A fornecedora contratada acabou não cumprindo o prazo combinado e não entregou o material a tempo. As compras realizadas com a fornecedora chinesa, não incluía frete. O município pagou R$ 16,3 milhões à companhia área LATAM, em voos que trouxeram também respiradores, autoclaves e outros equipamentos que nunca foram usados na rede pública.