Santa Catarina vive crise por falta de leitos em hospitais pediátricos
Justiça deu de prazo de 12 horas para internação de crianças e adolescentes à espera de vagas
Priscila Dalagnol
Atendendo a um pedido do Ministério Público, a Justiça de Santa Catarina determinou que o estado cumpra, a contar do pedido médico, o prazo de 12 horas para internar crianças e adolescentes que precisam de leitos de enfermaria ou UTI. Com 96% dos leitos infantis ocupados, o estado enfrenta, há alguns meses, uma crise devido à falta de vagas em hospitais pediátricos.
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A decisão prevê ainda a aplicação de multa de R$ 100 mil para cada atendimento pendente além do prazo. "Objetivando compelir o Estado a garantir efetivo atendimento às crianças, e a garantir atendimento imediato ou no prazo máximo de 12 horas, além do fornecimento de ilícios nominais das crianças que estão aguardando leitos na rede pública", informa o promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, Sandro Ricardo Souza.
Para tentar reduzir a fila de espera, o Governo do estado anunciou a contratação de 24 leitos clínicos e 15 de UTI em Florianópolis e Criciúma, no interior do estado, e também se comprometeu a enviar para os hospitais, imediatamente, equipamentos como respiradores, além de convocar 23 médicos.
Uma medida essencial para evitar tragédias como a da Samara. Em junho, a filha dela, Maria Sofia, de apenas 2 meses, morreu à espera de um leito de UTI no hospital estadual Joana de Gusmão, em Florianópolis, com diagnóstico de bronquiolite. A bebê precisava de um respirador e não resistiu a uma para cardiorrespiratória.
"Na UTI não tinha [vaga], tentava e não tinha. Aí, quando ela estava quase morrendo, eles conseguiram vaga de UTI, só que não precisava mais... eu já tinha perdido ela", lembra a mãe da menina. Nesta semana, na mesma unidade de saúde, um outra criança morreu, esperando por uma vaga.
