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Brasil

Músico denuncia ter sido vítima de racismo em shopping de Porto Alegre

Rapaz teve o saxofone apreendido por seguranças do local

Imagem da noticia Músico denuncia ter sido vítima de racismo em shopping de Porto Alegre
Hélder Corrêa
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Um músico negro denuncia ter sido vítima de racismo em um shopping de Porto Alegre. O rapaz conta ter sido impedido de ficar no estabelecimento com um saxofone, que foi apreendido pelos seguranças.

Triste e revoltado com o episódio, Hélder Corrêa mal consegue conter as lágrimas ao lembrar daquele dia. "[Foi] o maior constrangimento da minha vida, não tem como esquecer... impossível de esquecer", diz o músico.

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O caso aconteceu no último sábado (09.jul), quando Hélder foi ao shopping para encontrar uma cliente. Na ocasião, ele carregava o saxofone porque tinha um show em seguida, em outro lugar. Antes de entrar, ele já foi abordado por um vigilante.

"Desde o primeiro momento, antes de entrar no shopping, eu já fui abordado, e o segurança já queria saber o quê que tinha no meu case e onde eu iria. [Começou] a perguntar onde eu vou, no shopping, dentro do sábado, eu achei fora do comum", lembra o rapaz.

Depois de ser abordado por um segurança do local, o músico foi conduzido até uma sala e, sem receber qualquer comprovante, teve que deixar o instrumento, que custa R$ 8 mil. Nas duas horas em que ficou no shopping, ele diz ter sido seguido e vigiado. Constrangido e com medo, ele só pegou o instrumento de volta na companhia de advogados.

"Quê que eu fiz de errado? Seu eu tivesse todo rasgado ***, olha aqui: tô bonitão", questionou ele em um vídeo gravado na ocasião.

O shopping afirma que analisou imagens de câmeras, áudios e mensagens, e que não houve constrangimento ao músico. O estabelecimento alega ainda que, no dia do ocorrido, funcionários pediram, de forma cordial, para duas pessoas deixarem os instrumentos musicais no guarda-volumes, sem relação com a cor da pele. Como havia um evento no entorno, a equipe de segurança estava reforçada.

A Delegacia de Combate à Intolerância já está com as imagens do local. Segundo a delegada, a cada 10 ocorrências de racismo, 3 envolvem denúncias de hipervigilância. "Eu preciso ouvir a vítima para ter o mínimo de certeza com relação à instauração do procedimento. E aí vou decidir se vou fazer a instauração pelo racismo, e também pelo constrangimento ilegal", explica a delegada Andréa Mattos.

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