Amazônia registra pior primeiro semestre em desmatamento desde 2004
Dados da Deter apontam para 3.988 km² de área derrubada no acumulado do ano
O desmatamento no Brasil continua atingindo números preocupantes. Segundo dados do sistema Deter do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta 6ª feira (8.jul), mais de 1,1 km² foram destruídos no mês de junho, acumulando 3.988 km² de mata derrubada - 10,6% a mais do que o registrado em 2021. A cifra é a pior para o primeiro semestre do ano desde o início da série histórica do levantamento, em 2004.
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No período, o país registrou quatro meses com recordes de alertas de desmatamento, o que preocupa ambientalistas. Além da perda de biodiversidade, os especialistas explicam que a ação resulta em matérias orgânicas mortas que servem de combustível para as queimadas e incêndios florestais. O cenário é alarmante principalmente com o início do verão, período mais quente na Amazônia, e com menos chuvas e tempo mais seco.
O destaque ainda mais negativo fica com o Estado do Amazonas que, pela primeira vez, lidera o ranking de estados que mais desmataram no primeiro semestre do ano, com 1.236 km² (30.9% do total). Em seguida, estão os estados do Pará com 1.105 km² (27,7% do total) e Mato Grosso, com 845 km² (21,1% do total).
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"Os parlamentares tentam aprovar projetos que irão acelerar ainda mais o desmatamento, os conflitos no campo e a invasão de terras públicas. Nosso país não precisa da aprovação destes projetos. O que precisamos é de vontade política para avançar no combate ao desmatamento, queimadas e grilagem de terras", defende Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil.