"Tristeza e indignação", diz Fiocruz sobre assassinatos no Amazonas
Entidade ressaltou colaboração de Dom Phillps e Bruno Pereira com a saúde pública
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) classificou os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips no Amazonas como "tristeza e indignação". Em nota divulgada no último sábado (18.jun), a entidade afirma que "o que aconteceu aos dois representa um golpe nos direitos originários e na liberdade de imprensa" e que "tais crimes não podem ficar sem resposta".
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"Dom Phillips era um importante colaborador da Fiocruz. Ele participou da cobertura da crise da zika em 2015 e nas que se seguiram, nas emergências de febre amarela e de covid-19. Dom escreveu sobre a atuação da Fiocruz para diversos veículos de alcance internacional, como The Washington Post e The Guardian, ajudando a informar a sociedade", disse a Fiocruz.
Em relação a Bruno, a fundação lembrou que ele era servidor público de carreira e que trabalhou por muitos anos na Fundação Nacional do Índio (Funai), onde comandou operações importantes em defesa dos povos indígenas. "A questão socioambiental, à qual Dom e Bruno se dedicavam, é uma preocupação permanente na Fiocruz, por sua íntima relação com a saúde pública", frisou.
Desaparecidas por mais de 10 dias, as vítimas foram mortas a tiros na região do Vale do Javari, no município de Atalaia do Norte, no Amazonas, enquanto cumpriam um calendário de entrevistas com indígenas. Na última semana, foi constatado que ambos os trabalhadores tiveram os corpos queimados e enterrados por cidadãos locais.
Na noite de domingo (19.jun), a lancha usada por Bruno e Dom foi localizada pelos policiais, que enviaram a embarcação para exames periciais. Até o momento, três pessoas estão presas e outras cinco são procuradas pela morte das vítimas, sendo os irmãos Amarildo Oliveira, o Pelado, e Oseney Oliveira, o Dos Santos, os primeiros a confessar o crime.
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