Bruno Araújo, 41 anos, era um apaixonado pela profissão
Servidor da Funai, indigenista pediu licença da Fundação para permanecer perto dos índios
O indigenista Bruno Araújo Pereira, 41 anos, era um apaixonado pela profissão. Este é o testemunho de amigos e parentes do servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai). Pai de duas crianças - de 2 e 3 anos - e de uma adolescente de 16 anos, Bruno pediu licença da agência governamental ligada ao Ministério da Justiça depois que foi exonerado de um cargo em 2019. O principal trabalho do servidor era proteger os povos amazônicos das ações de quadrilhas que atuam na região, ligadas ao tráfico de drogas, ao desmatamento, à pesca ilegal e ao garimpo.
Com a saída da Funai, Bruno assim buscou a ONG Univaja (União dos Povos do Javari) para continuar próximos dos ribeirinhos e dos índios, e continuar o trabalho em defesa da Amazônia. Desde que começou a denunciar as atividades de pescadores ilegais, madereiros e garimpeiros, Bruno vinha recebendo ameaças, segundo as pessoas mais próximas. Ele e o jornalista Dom Phillips, 57 anos, desapareceram em 5 de julho. Na 4ª feira (15.jun), a partir de relatos de criminosos confessos, os corpos da dupla foram encontrados - falta a identificação oficial.