"Em choque e consternada", lamenta associação de imprensa estrangeira
Em nota jornalistas estrangeiros no Brasil pedem punição pelas mortes de Dom Phillips e Bruno Araújo
Cido Coelho
A Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE) e a Associação dos Correspondentes Estrangeiros (ACE) emitiram nota lamentando o desfecho trágico do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo.
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"Toda a comunidade de Correspondentes Estrangeiros no Brasil se encontra em choque e consternada. Embora ainda estejamos aguardando as confirmações definitivas, essa é uma matéria que nunca gostaríamos de escrever", destaca nota.
A ACIE lembrou que Dom foi membro da diretoria da associação por 4 anos e que Bruno foi referência para os jornalistas internacionais que atuavam na região do Vale do Javari, no Amazonas.
"Os dois eram profissionais muito experientes, competentes e com uma paixão em comum: a floresta amazônica e a defesa dos povos indígenas"
A associação expressou solidariedade e respeito neste momento aos familiares de Dom e Bruno e cobram providências às autoridades. "Pedimos, com muita veemência, que a justiça seja feita".
A ACIE e ACE ressaltaram a indignação diante do aumento da violência contra jornalistas no Brasil e apontam que a liberdade de expressão e de imprensa devem ser respeitadas.
Leia abaixo a nota na íntegra:
A Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE) e a Associação dos Correspondentes Estrangeiros (ACE) lamentam profundamente o desfecho trágico do episódio envolvendo o desaparecimento do Correspondente Britânico Dom Phillips e do Indigenista Bruno Araújo Pereira.
Toda a comunidade de Correspondentes Estrangeiros no Brasil se encontra em choque e consternada. Embora ainda estejamos aguardando as confirmações definitivas, essa é uma matéria que nunca gostaríamos de escrever. Dom foi da diretoria da ACIE por 4 anos e era amigo pessoal de muitos de nossos associados. Bruno era uma referência para qualquer jornalista internacional que fosse a trabalho para a região do Vale do Javari, no Estado do Amazonas. Os dois eram profissionais muito experientes, competentes e com uma paixão em comum: a floresta amazônica e a defesa dos povos indígenas.
Nosso sentimento, respeito e nossa mais profunda solidariedade vai, neste momento, para as esposas do Dom, Alessandra Sampaio, a esposa do Bruno, Beatriz Matos, e suas famílias.
Os Correspondentes Estrangeiros no Brasil se encontram muito apreensivos e cobram providências urgentes das autoridades competentes. Pedimos, com muita veemência, que a justiça seja feita.
Também expressamos nossa indignação diante do crescente aumento da violência contra jornalistas em todas as regiões do Brasil. A liberdade de expressão e de imprensa são garantias constitucionais e devem ser respeitadas no país.
O "Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil - 2021", publicado desde 1999 pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) registrou, no ano passado, um total de 430 casos de agressões a jornalistas em todo o território nacional. Enquanto isso, de acordo com relatório da organização Global Witness, o Brasil é o quarto país que mais mata ativistas ambientais no mundo, sendo que a maioria dos assassinatos está concentrada na região Norte.
Diante desses dados preocupantes, com nossos corações muito tristes e com muito pesar com a violência inominável sofrida por Dom e Bruno, pedimos que todos os envolvidos nesse crime bárbaro e hediondo sejam punidos exemplarmente!
Edmar Figueiredo
Presidente da ACIECarlo Cauti
Presidente da ACE
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