Organizações se manifestam sobre mortes no Amazonas
Indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados
Autoridades e organizações lamentaram as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Amazonas, confirmadas nesta 4ª feira (15.jun) após confissão dos dois suspeitos presos, os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Santos".
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"O Brasil, um dos países que mais matam ativistas ambientais no mundo, vê se repetir no Javari a tragédia de Chico Mendes, Dorothy Stang, João Cláudio e Maria e tantos outros que confrontaram e confrontam os criminosos que atormentam os povos e saqueiam a floresta na Amazônia", afirmou o Observatório do Clima.
"No governo Bolsonaro, porém, a barbárie tem cúmplices no Palácio do Planalto e nas Forças Armadas. Além de ter deliberadamente entregue a Amazônia ao crime, o regime de Jair Bolsonaro reagiu ao desaparecimento com a mesma crueldade com que tratou as centenas de milhares de brasileiros mortos na pandemia", continou a rede de organizações.
O Greenpeace questionou: "o que tem se tornado o Brasil, afinal? Nos últimos três anos, nosso país vem se configurando cada vez mais em uma terra em que a única lei válida é a do "vale-tudo". Vale a invasão e grilagem de territórios; vale a proliferação do garimpo; vale a extração ilegal de madeira; vale todo e qualquer conflito territorial? e vale matar para garantir que nenhuma dessas atividades criminosas sejam impedidas de acontecer".
O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) afirma que "o triste desfecho preocupa, pois se soma à uma recente escalada de violência marcada por inadmissíveis ameaças contra indígenas, comunidades tradicionais, lideranças ambientais, cientistas, jornalistas e demais pessoas que trabalham pela na proteção e o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Não reconhecemos a região como local de violência e prática de crimes. Isso não é a Amazônia!".
A UNIVAJA diz ver "o assassinato de Pereira e Phillips constitui um crime político, pois ambos eram defensores dos Direitos Humanos e morreram desempenhando atividades em benefício de nós, povos indígenas do Vale do Javari, pelo nosso direito ao bem-viver, pelo nosso direito ao território e aos recursos naturais que são nosso alimento e garantia de vida, não apenas da nossa vida, mas também da vida dos nossos parentes isolados".
Em nota, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) se solidarizou com as famílias e amigos das vítimas "da escalada de violência que impera no país e questiona o presidente do Brasil sobre estímulo à ocupação ilegal das terras de povos originários e ataques contra jornalistas que denunciam irregularidades".
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