Fiocruz distribui insumo para diagnóstico de varíola dos macacos a laboratórios
Elemento foi desenvolvido em tempo recorde, depois que primeiros casos suspeitos da doença surgiram
Guilherme Resck
Atendendo a pedido do Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) distribuiu nesta 4ª feira (8.jun) uma remessa de reagentes para auxiliar no diagnóstico seguro de varíola dos macacos, aos laboratórios de referência do Brasil. Segundo a instituição de pesquisa, anteriormente, entregou outro lote do insumo à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), para ser distribuído em pelo menos 20 países.
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Os reagentes foram desenvolvidos pela Fiocruz em uma semana -- tempo recorde --, depois de surgirem (no final de maio) os primeiros casos suspeitos da doença no país. "Refletem a capacidade nacional de produção de insumos críticos para o diagnóstico", diz a instituição.
Segundo a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, "essa ação estratégica, iniciada após o aprendizado na cadeia de suprimentos vivenciado na emergência da covid-19, hoje se materializa no fortalecimento do arranjo produtivo local e amplia a capacidade de resposta nacional frente a emergências de saúde pública". "Com isso, damos um importante passo para a autonomia e a independência na produção local de testes de diagnóstico", completou.
Os reagentes consistem em controles positivos - elemento que garante a confiabilidade do diagnóstico feito por teste molecular (qPCR), ao impedir que erros possíveis ocorram e interfiram no resultado. Eles só podem ser usados em pesquisas conduzidas pelos laboratórios brasileiros e latino-americanos de referência para controle da varíola dos macacos. No território nacional, são quatro: Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LBMV/IBCCF/UFRJ), Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias (Lacen/Funed-MG), Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz (Lacen/IAL-SP) e Laboratório de Referência em Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
De acordo com o gerente de desenvolvimento tecnológico do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), da Fiocruz, a equipe utilizou matéria-prima e sua "expertise no desenvolvimento de kits para diagnóstico, somado ao que está publicado pela literatura científica internacional, para produzir as reações com qualidade e que possibilitem o diagnóstico molecular preciso e seguro do vírus".
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