Desmatamento: terras indígenas do Pará estão entre as mais ameaçadas
Regiões Trincheira/Bacajá e Cachoeira Seca do Iriri foram as mais prejudicada no fim de 2021
Um levantamento feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que as terras indígenas localizadas no estado do Pará estão entre as mais ameaçadas em relação ao desmatamento na Amazônia. De acordo com os dados, a terra Trincheira/Bacajá foi a mais prejudicada pela derrubada de floresta nos últimos dois meses de 2021, seguida pela Cachoeira Seca do Iriri.
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"Assim como o monitoramento do desmatamento que está ocorrendo dentro das terras indígenas, que realizamos mensalmente, também é muito importante saber o que está acontecendo ao redor delas. Conhecendo os territórios mais cercados, os órgãos de fiscalização podem agir na proteção deles para evitar que a derrubada da floresta avance sobre seus limites", afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
No geral, as regiões mais ameaçadas em novembro e dezembro de 2021 foram: Trincheira/Bacajá (PA), Cachoeira Seca do Iriri (PA), Uru-Eu-Wau-Wau (RO), Parakanã (PA), Waimiri Atroari (AM/RR), Arara (PA), Alto Rio Guamá (PA), Trombetas/Mapuera (AM/PA/RR), Arara da Volta Grande do Xingu (PA) e Koatinemo (PA).
Metade das terras indígenas mais ameaçadas entre o período, no entanto, não apareceram na análise que leva em conta todo o ano de 2021. São os territórios: Waimiri Atroari (AM/RR), Alto Rio Guamá (PA), Trombetas/Mapuera (AM/PA/RR), Arara da Volta Grande do Xingu (PA) e Koatinemo (PA).
Isso significa que as regiões foram as que mais tiveram ocorrências de desmatamento ao redor recentemente e, por isso, precisam de atenção especial dos órgãos de proteção. "Agir antecipadamente pode impedir que esses territórios apareçam neste ano como os mais ameaçados ou, em um cenário ainda pior, como os mais desmatados", alerta Amorim.
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Apesar de muito pressionadas pelo avanço da derrubada da Amazônia no último ano, que cresceu 29% em relação à 2020, as terras indígenas são a categoria de território que mais tem impedido a devastação. Em 2021, apenas 2,5% (263 km²) de toda a destruição no bioma (10.362 km²) ocorreu dentro de territórios indígenas.