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Dia Nacional de Combate ao Bullying: 5 sinais de alerta aos pais

No Brasil, 23% dos estudantes já foram vítimas de bullying na escola de acordo com o último dado do IBGE

Dia Nacional de Combate ao Bullying: 5 sinais de alerta aos pais
A prática de bullying nas escolas brasileiras
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Nesta 5ª feira (7.abr) é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e o tema ainda é um dos que mais assombram às famílias. Especialistas alertam que os pais devem proporcionar espaço para conversa com as crianças e adolescentes, de forma que não fiquem com medo ou vergonha de contar o que está acontecendo tanto nas escolas como no meio digital.

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O último relatório divulgado pelo IBGE, por meio da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), apontou resultados que impressionam: um em cada dez adolescentes (13,2%) já se sentiu ameaçado, ofendido e humilhado em aplicativos de conversa ou redes sociais e 23% já sofreram violência na escola. Para 21,4% dos estudantes a vida não valia a pena ser vivida. Foram entrevistados cerca de 188 mil estudantes, com idade entre 13 e 17 anos, em 4.361 escolas do país.

A reportagem conversou com a psicóloga Cynthia Wolle Caroni, que atende crianças e adolescentes no hospital Darcy Vargas, referência no atendimento infantil em São Paulo. Ela listou os cinco sinais de alerta que podem indicar que a criança esteja sendo vítima de bullying e ainda respondeu às dúvidas frequentes dos pais.

Confira os 5 sinais de alerta:

1. Tristeza; choro sem motivo aparente
2. Irritabilidade e agressividade
3. Sintomas psicossomáticos, como dores de cabeça e de barriga; tremores; sudorese excessiva.
4. Desinteresse pela escola, com desculpas frequentes para faltar; desmotivação com as tarefas e falta de concentração
5. Tendência ao isolamento

Como abordar o tema 'bullying' com os filhos?
Esses momentos podem acontecer no dia a dia, como no trajeto entre escola e casa, durante as refeições, antes de dormir. Uma outra forma é trazer exemplos através de casos, o que pode ajudar a introduzir o assunto.

Qual a primeira atitude a ser tomada logo após descobrir que o filho é vítima de bullying?
Ao descobrir o bullying, os pais devem procurar imediatamente a escola. Caso o problema não seja resolvido e a criança esteja muito resistente a continuar na escola, a mudança pode ser benéfica.

Como ensinar o filho a se defender?
O ideal é que a criança não reaja de forma agressiva ou com raiva. Ela pode pedir para o outro parar, tentar ignorar, sair de perto. As crianças devem ser estimuladas a pedir ajuda aos pais, para algum professor ou adulto em que confie mais.
Quando a criança apresenta sinais de baixa autoestima, sofrimento emocional, é aconselhável procurar um profissional para que ela possa de fortalecer e se sentir mais segura.

Desinteresse por frequentar a escola é um dos sinais de alerta | Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

RELATO DE UM MÃE: "O delegado disse que meu filho devia 'partir para cima' dos agressores"

O depoimento a seguir é de uma mãe que não quis se identificar, pois o filho de 13 anos ainda é vítima de bullying na escola. Ela conta que a prática da violência começou no ano passado, com a liberação das aulas presenciais. O filho dela era novo na escola e, logo no começo, ele pediu para mudar de colégio.

"Na época, avaliei que não seria o caso de tirar ele da escola, pois o colégio era muito perto de casa além de ter um ensino muito satisfatório. No ano passado, ele sofria com brincadeiras de mau gosto, mas este ano ficou mais pesado, pois começou a circular um vídeo feito por outros estudantes que humilharam meu filho. Foi um material feito por amigos dentro do ambiente escolar e isso me preocupou. Hoje em dia, na internet, assim que você posta, já ganha uma proporção grande. Falei com a direção da escola, mas na semana seguinte não teve efeito. Meu filho começou a receber ameaças. Procurei pessoas que pudessem me orientar. Fui à delegacia e ao conselho tutelar e para minha surpresa, em ambos os locais, a orientação era mandar meu filho bater neles. Eles disseram: tem que falar para seu filho "partir para cima!", mas eu não queria isso. Nunca quis que meu filho virasse um agressor. O tempo foi passando e as coisas ficaram mais amenas, mas todos os dias ele chega em casa com apelido novo. Tivemos até que bloquear as nossas redes sociais para que os colegas não tenham acesso às fotografias da minha família, por que eles fazem bullying até com isso. A violência não foi somente psicológica, mas também física. Meu filho sempre foi muito ativo, mas se tornou mais agressivo até com os familiares após o aumento do bullying na escola. Eu sei que ele é novo, mas eu procuro cultivar essa sementinha nele, de amor e respeito ao próximo, para que ele não venha a se tornar um desses adolescentes que podem chegar a ceifar a vida dos outros e as próprias vidas. Se eu pudesse dar uma dica aos pais, eu diria: converse com seus filhos, sejam próximos. Temos que ver o que eles fazem, com quem eles andam, o que estão vendo na internet. Eu imagino que os pais dos que praticam bullying são boas pessoas, mas que não dispõe de tempo para saber o que o adolescente faz. Por que os adolescentes acham que o mundo é deles, mas eles não tem maturidade e são inconsequentes muitas vezes. Eu acredito que quem fez bullying um dia vai se arrepender, porque vai ter filho e vai lembrar. A gente aguenta muitas vezes o que fazem com a gente, mas quando é com o nosso filho, a gente sofre, principalmente quando vai procurar uma ajuda e não tem um respaldo. Eu me senti pequena".

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