Partidos ignoram Braga Netto após fala de Bolsonaro sobre traição
Ministro da Defesa precisa escolher um partido até 6ª feira da semana que vem
SBT News
O general Braga Netto está tendo dificuldade para escolher um partido para poder filiar-se e disputar a eleição como vice na chapa à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Até mesmo o Partido Liberal, que tem recebido a maioria dos parlamentares bolsonaristas que deixaram o PSL, não deve estender tapete vermelho para o ministro da Defesa.
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Integrantes do partido afirmam que as portas não estão fechadas. No entanto, eles não irão fazer esforço para que isso aconteça. E existem dois motivos para esse "pouco caso": um deles é o medo de deixar a sigla repleta de representantes da "tropa de choque de Bolsonaro", fazendo com que o presidente acabe tomando conta do partido já que ele não conseguiu criar uma nova sigla para chamar de sua, como era o desejo inicial do clã Bolsonaro.
Além disso, as declarações de Bolsonaro na 2ª feira (21.mar) sobre a indicação para o cargo de vice aumentaram a resistência à filiação do militar e causaram mal-estar entre os partidos da base aliada. É que para os integrantes do Centrão, a fala de Bolsonaro pode indicar que ele está próximo ao PL e PP para conseguir a reeleição e que, se recuperar os índices de popularidade depois do pleito, poderia rifar os aliados.
A informação de que Braga Netto pode ir para o PL, partido de Valdemar Costa Neto, um dos protagonistas do escândalo do Mensalão, vem sendo especulada por integrantes do governo. Interlocutores do Planalto chegaram a dizer que a filiação poderia acontecer no mesmo dia do lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro, no próximo domingo (27.mar).
Os dirigentes da sigla, contudo, não confirmam o ato e sugerem que o ideal seria o general buscar um outro partido. A justificativa deles é que não faz sentido Bolsonaro ter uma chapa "puro sangue", ou seja, em que os dois cargos de presidente e vice ficam com uma só legenda.
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