2 de fevereiro: Brasileiros celebram Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá
Homenagens religiosas tomaram as orlas do Rio Grande do Sul à Bahia
Guilherme Rockett
Rafael Marques
Dois de fevereiro é um dia marcante para algumas religiões. O catolicismo celebra Nossa Senhora dos Navegantes. O candomblé e a umbanda, Iemanjá, rainha do mar. Foi uma sexta-feira de homenagens em várias cidades do país.
Em Porto Alegre (RS), aos 80 anos, a aposentada Jacy dos Santos trouxe o neto para sua primeira caminhada de fé. “Todos os anos eu venho, mais de 30 anos, eu acompanho a procissão.”
A avenida, sempre tomada pelos carros, nesta sexta-feira foi palco de oração. Muitos pés descalços sobre o asfalto quente, sacrifícios para agradecer. Depois de duas horas, o andor com Nossa Senhora chega ao santuário, tradição que se repete há 149 anos.
A celebração de Nossa Senhora dos Navegantes aconteceu durante todo o dia. Uma lei aprovada ano passado na capital gaúcha considera o 2 de fevereiro como feriado da Santa católica e também de Iemanjá.
Em Rio Grande, no litoral sul gaúcho, a celebração a Iemanjá começou ainda durante o pôr-do-sol de quinta-feira. A maior festa afrobrasileira do Rio Grande do Sul deve receber 100 mil pessoas até domingo. Salvador, na Bahia, também celebrou a rainha dos mares.
O Rio Vermelho, bairro localizado na orla marítima da capital baiana, recebeu milhares de fiéis na centésima primeira festa a Iemanjá, que desde 2020 é reconhecida como patrimônio cultural de Salvador.
O tema da celebração deste ano é Olokun, o orixá que mora nas profundezas do oceano. Colares, flores e o cheiro de alfazema tomaram conta da faixa de areia.
A celebração, que toma as ruas e praias desde a noite anterior, tem o ponto alto no fim da tarde. É quando o caramanchão, onde são depositados os presentes, deixa a casa de Iemanjá e segue com as oferendas para o alto mar, um ritual cheio de emoção e que renova a esperança dos devotos.