Greve dos motoristas de ônibus do BRT causa transtornos no Rio de Janeiro
O sindicato dos rodoviários, que não apoia a paralisação, informou que foi pego de surpresa
SBT Brasil
A greve dos motoristas de ônibus do BRT causou transtornos nesta véspera de feriado de Carnaval no Rio de Janeiro, principalmente para quem depende do transporte público. Os transtornos começaram de madrugada.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Seu Aldair pegou carona no porta-malas de um carro: "Desconfortável, né? Mas dá para ir". Os pontos de ônibus ficaram lotados. Os veículos, que circulam pelo corredor expresso, nem saíram das garagens. No total, 480 pedem aumento de salário, melhores condições de trabalho e garantia dos direitos trabalhistas.
Para a prefeitura do Rio, a greve é ilegal e incentivada por empresários do setor. O sindicato dos rodoviários, que não apoia a paralisação, informou que foi pego de surpresa. "Os trabalhadores não tiveram paciência de aguardar o resultado das negociações", disse o presidente da entidade, Sebastião José.
Dois homens que se diziam seguranças do BRT tentaram impedir o trabalho da repórter Branca Andrade durante uma transmissão, ao vivo, no SBT Rio. "A gente não consegue trabalhar. Olha aqui, dois seguranças estão se colocando em frente à câmera", disse a profissional em vídeo. Ela chegou a perder o contato com a redação, porque um dos homens pisou num dos cabos. Segundo ela, os supostos seguranças não estavam uniformizados.
Além deles, havia um vigia uniformizado que não impediu a ação. Em uma rede social, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) chamou o ato de absurdo. Segundo ele, nenhum dos sujeitos tem relação com a prefeitura e determinou a apuração ao secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale. A Justiça determinou a garantia de 80% da frota em circulação e multa de R$ 100 mil ao sindicato em caso de descumprimento.
O SBT repudia a intimidação contra a equipe da repórter Branca Andrade e do repórter cinematográfico Edson Santos. O jornalismo presta um serviço essencial para a população e não deve sofrer nenhum tipo de censura. Depois da repercussão imediata do caso, a equipe conseguiu realizar seu trabalho e informar os telespectadores sobre os efeitos da paralisação.
A Associação Brasileira de emissoras de rádio e televisão (Abert) repudiou as intimidações e cobrou a punição dos responsáveis. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), classificou o ato como inadmissível. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por sua vez, também protestou e repudiou, além de chamar o episódio de "clara manifestação de censura à liberdade de imprensa". "A ABI vai encaminhar um protesto ao Prefeito Eduardo Paes, exigindo uma punição exemplar do segurança, cuja imagem ficou bastante clara no trabalho dos repórteres do SBT", completa a nota, assinada pelo presidente da entidade, Paulo Jeronimo. Já o sindicato dos jornalistas do Rio de Janeiro chamou de inaceitável o constrangimento sofrido pela repórter.
Veja também:
