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Brasil

Plataforma aponta que 15 mil km da Amazônia estão sob risco de devastação

Área é quase três vezes maior que o Distrito Federal. Dados foram divulgados pelo Imazon

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Amazônia; na imagem, uma estrada de terra corta a floresta; um carro passa por ela
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Uma plataforma de inteligência artificial apontou que, atualmente, 15.391 km² da Amazônia estão sob risco de devastação. A área é quase três vezes maior que o Distrito Federal. Os dados foram divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

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Segundo nota divulgada pelo Instituto, o cálculo do risco leva em conta o "calendário do desmatamento", que, por conta do período de chuvas na Amazônia, vai de agosto a julho. Logo, a área apontada pode ser atingida entre agosto de 2021 e julho de 2022. Caso se concretize, o desmatamento será o maior desde 2006 levando em conta a série histórica desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Além disso, será 16% superior a devastação registrada no período de agosto de 2020 a julho de 2021, em que 13.235 km² foram atingidos.

O pesquisador responsável pela plataforma, Carlos Souza Jr, ligado ao Imazon, explicou que 2022 é um ano de eleição. No período, historicamente, há redução da fiscalização. "Por isso, é importante que órgãos de controle também atuem na proteção da Amazônia, como os Ministérios Públicos dos estados e o da União. Porém, a liderança na prevenção do desmatamento da Amazônia e de outros biomas brasileiros tem que ser do governo federal. Os estados, por sua vez, têm um papel importante no controle da devastação, principalmente em casos de omissão do governo federal", afirmou.

No Pará, o Ministério Público (MP) encabeça um projeto piloto de proteção com o uso da PrevisIA, visando identificar e implementar ações de prevenção ao desmatamento. A PrevisIA, por sua vez, é uma ferramenta que usa inteligência artificial para prever as áreas sob maior risco de desmatamento na Amazônia. O risco é calculado levando em conta diversos indicadores relacionados à derrubada da floresta, como estradas legais e ilegais, topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana e dados socioeconômicos.  "O mapa e as estatísticas da PrevisIA podem auxiliar os órgãos públicos a direcionarem ações de prevenção de desmatamento para as áreas sob maior risco", completa Souza Jr.

De agosto de 2021 a janeiro de 2022, 4.514 km² foram desmatados, apontou o monitoramento feito pelo Imazon. O índice corresponde a 29% do que era previsto pela PrevisIA até julho deste ano. Assim, é possível evitar que outros 10.887 km² sejam destruídos - 71% do total.

O Pará conta com a maior área de risco - 6.288 km², o que corresponde a 41% do território ameaçado na Amazônia. Em seguida, está o Amazonas, com 17%. Mato Grosso (15%), Rondônia (11%) e Acre (9%) também aparecem no levantamento. Segundo Souza Jr, "Pará e Mato Grosso, que já possuem áreas consideradas antigas fronteiras do desmatamento, agora convivem com o avanço da destruição dos remanescentes de floresta, inclusive em áreas protegidas, o que é extremamente preocupante. Já Amazonas, Acre e Rondônia estão em uma região chamada de ?Amacro?, onde há uma intensificação da fronteira do agronegócio. Isso fez com que o esses estados tivessem um grande aumento no desmatamento de 2020 para 2021, principalmente o Amazonas".

Quanto às áreas protegidas da floresta, a PrevisIA mostra que 725 terras indígenas, unidades de conservação e quilombos estão sob risco de desmatamento, o que representa 90% do total, que é 803 territórios. Desse número, 24% das áreas estão sob risco alto ou muito alto de derrubada da floresta.

Em 2022, conforme dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, 261 km² foram derrubados em janeiro, 33% a mais do que o detectado no mesmo mês em 2021. A área foi a maior desmatada desde 2016.

Veja reportagem do SBT Brasil:

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