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Brasil

Semana de Arte Moderna inspirou movimentos culturais nos últimos 100 anos

O hip hop e o funk têm relações com a Semana de 22

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Pintura modernista (Reprodução/SBT Brasil)
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A Semana de Arte Moderna inspirou diversos movimentos culturais ao longo dos últimos 100 anos. Atualmente, o legado do modernismo está presente, principalmente, nas periferias das grandes cidades.

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O hip hop e o funk têm muita coisa a ver com a Semana de 22. E se o evento fosse hoje, não aconteceria no Theatro Municipal de São Paulo, como afirma Luiz Armando Bagolin, pesquisador do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP): "numa cidade como São Paulo, uma cidade como o Rio, é nas quebradas que a gente está vendo a nova arte, a nova música, a nova poesia surgindo". 

A historiadora e escritora Marcia Camargos afirma que, "entre as contribuições do modernismo, foi também a quebra dessa dicotomia entre o erudito e o popular". "Pela música do Villa Lobos, por exemplo, a gente sabe que pode, que é possivel unir as duas coisas, uma complementando e enriquecendo a outra", completa.

Não importa se você gosta ou não, se trata de reconhecer que tudo isso rompe com um jeito anterior de criação. Mas é arte? É, e é moderna. Busca identidade no cotidiano, no jeito de falar, nas ruas. Uma expressão do Brasil real, com todos os seus problemas e alegrias. Um legado da Semana de 22, que se desprendeu do convencional em nome de uma arte que fale da alma brasileira.

Para Preta Rara, cantora, escritora, ex-professora e ex-emprega doméstica, a arte modernista é "muito reivindicativa e eu sempre falo que é como se fosse uma revista falada da periferia, que não só está na periferia, mas hoje desceu o morro, está no asfalto, e está ocupando seu lugar de destaque também". Não é de hoje que os modernistas impactam outros movimentos culturais no país. Tivemos o Cinema Novo, a Tropicália. Na década de 60, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Os Mutantes viraram a música de cabeça para baixo. Misturaram estilos, palavras, instrumentos. O resultado é memorável, mas a arte se renova.

"Tem uma porção de compositor que eu lhe ajoelho para pedir a bença a eles", afirma Tom Zé. Segundo ele, o funk e punk, por exemplo, "representam o Brasil como o tropicalismo representou ou melhor". A busca pela identidade parece mesmo ser uma obsessão ao longo do tempo. Uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, persegue a tal brasilidade. Tem Oscar Niemeyer, Beatriz Milhazes, Nelson Leirner, Lina Bo Bardi, Arnaldo Antunes, Fábio Baroli. 

"Estamos em diálogo com o passado, mas falando, trazendo assuntos da nossa atualidade", disse Baroli. De acordo coma professora de história e curadora da exposição, Tereza de Arruda, a exposição, denominada Brasilidade - Pós-Modernismo, fala liberade, identidade, estética, futuro, poesia, formatação e questionamento da brasilidade.

O pesquisador Bagolin pontua que talvez a maior herança do modernismo seja "a gente ter orgulho daquilo que nós somos e fazer uma pesquisa nas nossas raízes, nesse Brasil profundo, de várias etnias, vários idiomas, várias tradições". Transformando nossas lutas diárias em obras cheias de beleza e verdade, e há bem mais que 100 anos.

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