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Brasil

Vídeo mostra novas testemunhas da agressão e morte de Moïse

Congolês foi morto de forma violenta, após seis minutos de agressão com pauladas, chutes e socos

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Moïse Kabagambe foi espancado até a morte em 24 de janeiro depois de cobrar salários atrasados | Reprodução
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Novas imagens das câmeras de segurança do quiosque Tropicália, no Rio de Janeiro, mostraram outras testemunhas da agressão e morte do congolês Moïse Kabagambe, no último dia 24. Nos vídeos, obtidos pela produtora Jucimara Pontes, do SBT Rio, é possível identificar outras duas pessoas que estavam presentes na hora do crime.

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Inicialmente, as imagens mostram dois dos três agressores arrastando Moïse para o lado do quiosque e o imobilizando. Em seguida, começam as agressões: são cerca de 40 pauladas com um taco de beisebol, além de chutes, socos e estrangulamento. Também é possível ver nas imagens um dos homens que se mantém por cima dele e aplicando um mata-leão. Toda a violência durou cerca de seis minutos.

A primeira nova testemunha identificada é um homem de camiseta amarela da seleção brasileira, que estava sentado em um banco do quiosque, e ajudou os agressores a puxarem as pernas de Moïse para que, assim, começassem os golpes. Após o jovem ter sido derrubado, dois homens iniciam os ataques, enquanto um outro segura Moïse pelo pescoço.

Um outro homem, de regata e boné pretos, se aproxima do local onde as agressões estavam em andamento e observa tudo, ao lado de outro homem. Alguns minutos depois, ele recebe de um dos agressores o taco de beisebol e sai do quiosque com a arma do crime.  

Outra pessoa que aparece praticamente durante todo o período das agressões é o funcionário do quiosque, que está com camiseta listrada verde. Ele, no entanto, já prestou depoimento à polícia e disse que começou a discutir com o congolês depois que ele tentou pegar bebidas no freezer, mas que não houve confronto corporal.

+ Entidades pedem justiça pelo assassinato de Moïse Kabagambe

Nas imagens, também é possível acompanhar que, mesmo com o corpo de Moïse estendido no chão, a venda de bebidas no estabelecimento continuou normalmente.

Quase 50 minutos depois do ocorrido, às 23h15, a equipe do Samu chega e tenta reanimar o congolês com massagem cardíaca, mas sem sucesso. À meia-noite, uma hora e meia depois do início das agressões, chegam dois policiais militares. Eles saem da imagem praticamente dez minutos depois.

Investigação

Na última 3ª feira (8.fev), o irmão e o tio de Moïse, Djodjo Kabagambe e Yannick Kamanda, participaram de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa no Senado, afirmando que o vídeo divulgado da morte do jovem congolês foi editado e que nem todos os participantes foram presos.

Eles pediram ajuda dos policiais e de testemunhas para que as pessoas ainda não investigadas pelo crime fossem identificadas. "Há sim participação de outras pessoas, quanto em qualidade de omissão de socorro e agressões, mas esse vídeo não está parecendo. Sem a prisão de todos os envolvidos minha família não se sentirá segura", disse o tio do congolês.

Após a denúncia, a Comissão afirmou que iria monitorar as investigações do caso. Até o momento, 12 testemunhas foram ouvidas e três homens foram presos pelas agressões que levaram à morte de Moïse. O taco de beisebol, usado no crime, também foi apreendido pelos policiais, que informaram ter sido descartado em um mato perto do quiosque.

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