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Brasil

Caso Moïse: "Processo de tortura, com dose de racismo e xenofobia", diz Paes

Prefeito do Rio recebeu na 3ª feira a família do congolês brutalmente assassinado em um quiosque

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Eduardo Paes
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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), comentou o crime contra o congolês Moïse Mugenyl Kabagambe e afirmou ter pedido desculpas em nome dos cariocas à mãe da vítima, Ivana Lay, na 3ª feira (1º.fev). A entrevista com o político foi ao ar nesta 4ª feira (2.fev), no SBT Rio, mesmo dia em que a Justiça decretou a prisão de três indiciados pela morte do estrangeiro. Paes contou sobre o encontro à apresentadora Isabele Benito, e disse que a família está muito chocada e impressionada. O prefeito não tergiversa sobre a motivação do crime.

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"A família quer que a justiça seja feita. Todos nós temos que exigir isso. Não dá para a gente ficar tentando analisar a atitude do Moïse. O que ele fez, o que ele não fez, se errou. Não importa. A barbárie está muito clara. O que fizeram com ele é inaceitável", expôs Paes.

A Prefeitura do Rio suspendeu temporariamente a licença do quiosque Tropicália, onde aconteceu o espancamento e a morte do congolês. Eduardo Paes manteve o tom de indignação, dizendo que a sensação de conversar com a mãe de Moïse o lembrou das conversas com os parentes das vítimas do massacre da Escola Tasso da Silveira, em Realengo, episódio que deixou 12 crianças mortas em abril de 2011. 

"Não é um impulso. É um processo de tortura, tem uma dose de racismo aí, xenofobia. A gente tem que refletir sobre isso. Não é mimimi, não é conversinha. Essa reflexão precisa ser feita", completou o prefeito. 

Além do caso do congolês Moïse Kabagambe, o político foi perguntado sobre problemas específicos na administração da capital fluminense, como o transporte público, especialmente o sistema BRT. Para Paes, melhorar o modal é o maior desafio do mandato. O prefeito anunciou a compra de novos ônibus e reformas em estações.

"É um desafio que não depende só de dinheiro. No caso do transporte, há um problema institucional reputacional. Há uma série de ações judiciais que dificultam e as coisas não se resolvem com muita rapidez. Quando saí, em 2016, tinham 400 ônibus do BRT operando Transoeste, Transolímpica e Transcarioca. Quando retornei [à Prefeitura do Rio], havia 120 ônibus. Todos abandonados, 46 estações inutilizadas e destruídas. É um processo já iniciado. Está muito ruim ainda, mas está melhor que antes. Nós, hoje, já temos 200 ônibus muito velhos, muito ruins. Estamos sob intervenção, com a Prefeitura do Rio administrando o sistema BRT, que está reformando todas as estações. E estamos fazendo uma licitação para a compra de mais 600 ônibus novos", argumenta o prefeito, que também faz a ressalva de que o processo licitatório tem um tempo para acontecer. 

Perguntado sobre a crise do coronavírus e como a Secretaria de Saúde está lidando com os casos de Ômicron na cidade, o prefeito teceu elogios ao titular da pasta, Daniel Soranz, e disse que a onda da variante está diminuindo.

"Tudo que parecia, agora está se confirmando. A Ômicron está passando. Nós tivemos uma queda brutal no número de casos. Do mesmo jeito que subiu rápido, está descendo rápido. A gente está muito otimista. O número de óbitos é muito menor que o de outras cepas", comemorou Paes, que também falou sobre a vacinação infantil, que será retomada na 6ª feira (4.fev), e incentivou os pais a levarem seus filhos aos postos. 

Paes também comenta sobre a decisão de adiar o Carnaval deste ano, sucessões políticas e a negativa ao tentar uma nova candidatura ao Governo do Estado em 2022.

Confira a entrevista na íntegra: 

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