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Enfermeiros pedem melhores condições de trabalho em SP

Coren e sindicato relatam redução de equipes de saúde por contágio de profissionais com covid-19

Enfermeiros pedem melhores condições de trabalho em SP
Profissional da enfermagem observa equipamentos em leito hospitalar (Divulgação/Governo de São Paulo)
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O Conselho de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) e o Sindicato dos Enfermeiros do Estado (SEESP) divulgaram uma carta conjunta em que relatam problemas enfrentados pelos profissionais da categoria para trabalhar em meio ao aumento do número de novos casos de covid-19 -- provocado pela disseminação da variante ômicron -- e pedem apoio da população a reivindicações feitas pela enfermagem ao poder público.

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"A disseminação acelerada da variante ômicron da covid-19 encontra os profissionais da saúde exauridos física e mentalmente; falta pessoal, as equipes de saúde que já eram reduzidas estão ainda menores, devido a muitos afastamentos, seja pela contaminação pelo vírus ou por outras doenças, decorrentes da estafa; muitos profissionais precisam dobrar plantões e não tempo nem condições adequadas de descanso nos hospitais. Muitos sofrem com atraso de salários e sequer tem recursos para a condução até o local de trabalho. A maioria, formada por mulheres, precisa trabalhar em dois ou três empregos para ganhar o mínimo necessário a fim sustentar a si e à sua família", afirma a carta.

Segundo o documento, entre as principais reivindicações da enfermagem às autoridades, para impedir que a assistência fique precária, estão a contratação emergencial de profissionais nas unidades de saúde, concessão de férias suspensas, disponibilização de equipes de apoio psicológico nas unidades e equipamentos de proteção induvial (EPIs) na quantidade e qualidade adequadas. Aos cidadãos, o Coren-SP e o SEESP solicitam ainda a adoção de medidas sanitárias para conter o avanço do coronavírus e da gripe, entre as quais o uso correto da máscara, o distanciamento social e a higienização constante das mãos.

Desde o mês passado, 81,7% dos profissionais da enfermagem estão atendendo quantidade maior de pacientes no estado de São Paulo e 33,7% tiveram aumento da jornada de trabalho, de acordo com pesquisa feita pelo Coren-SP. Nesta 4ª (19.jan), também cobrando solução para a falta de profissionais nas unidades de saúde da cidade de São Paulo, médicos entrariam em greve, mas a paralisação foi suspensa pelo sindicato (Simesp).

Violência

O Coren-SP enviou a cada município paulista, na última 2ª feira (17.jan), um ofício pedindo para as prefeituras reforçarem medidas de seguranças nas unidades de saúde. Isso porque, de acordo com o Conselho, outro problema de momentos de piora da pandemia, como o atual, é que agressões contra profissionais de enfermagem ficam mais comuns. O mesmo levantamento que mostra maior volume de pacientes sendo atendidos revela que 33,7% dos trabalhadores da categoria em São Paulo sofrem agressões.

Rodízio

Nesta 4ª, por causa do aumento do número de novos casos de covid, a prefeitura de São Paulo liberou os profissionais de enfermagem do rodízio municipal de veículo. A medida valerá até 28 de fevereiro, mas o Coren-SP pede que seja permanente. Para poder circular sem o rodízio, os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem devem realizar o cadastro dos veículos junto ao Conselho.

Veja na íntegra a carta divulgada pelo Coren-SP nesta 4ª feira:

Carta Aberta à População

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) e o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN/SP) vem a público denunciar o descaso com os trabalhadores da Enfermagem e pedir apoio da população para a valorização dos profissionais a fim de enfrentar em condições dignas o recrudescimento da pandemia que acontece em todo o país.

A disseminação acelerada da variante Ômicron da Covid-19 encontra os profissionais da saúde exauridos física e mentalmente; falta pessoal, as equipes de saúde que já eram reduzidas estão ainda menores, devido a muitos afastamentos, seja pela contaminação pelo vírus ou por outras doenças, decorrentes da estafa; muitos profissionais precisam dobrar plantões e não tempo nem condições adequadas de descanso nos hospitais. Muitos sofrem com atraso de salários e sequer tem recursos para a condução até o local de trabalho. A maioria, formada por mulheres, precisa trabalhar em dois ou três empregos para ganhar o mínimo necessário a fim sustentar a si e à sua família.

Todos esses problemas fazem com que a população tenha de esperar horas para ser atendida nas unidades de saúde e a assistência torna-se precária. Nos hospitais, lotados, as equipes já não conseguem dar conta da demanda.

Sondagem realizada pelo Coren-SP, em janeiro de 2022, mostra essa realidade. Entre os participantes, 81,7% informaram que estão atendendo maior volume de pacientes desde dezembro de 2021 e 33,7% tiveram impactos no aumento da jornada de trabalho. Além da crescente demanda, os profissionais de enfermagem manifestaram outra situação alarmante: 33,7% dos respondentes afirmaram sofrer agressões.

Diante dessa situação, o SEESP e o COREN/SP convocam a população a apoiar a luta da Enfermagem paulista e paulistana, pois do contrário será impossível continuar na linha de frente no combate à Covid-19 com eficiência. Precisamos que todos voltem a manter as medidas sanitárias a fim de frear o avanço da doença, bem como da H3N2, o subtipo da gripe Influenza A que também se dissemina rapidamente e para a qual ainda não tem vacina disponível. Medidas simples, como o uso correto da máscara, o distanciamento social e a constante higienização das mãos são capazes de reduzir muito a contaminação. Além disso, é preciso se vacinar com todas as doses necessárias.

Por outro lado, precisamos que a população apoie as reivindicações de Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, pressionando os governos estadual e municipais, deputados e demais autoridades públicas para que tomem medidas que vão desde a contratação emergencial de pessoal até a aprovação do PL 2.564/20 que estabelece um piso salarial nacional para que a categoria possa ter condições dignas de vida.

Conheça as principais reivindicações para as quais a Enfermagem precisa do seu apoio:

1 - Aumento do número de profissionais nas unidades;

2 - Concessão de férias que estavam suspensas;

3 - Concessão de pelo menos mais uma folga;

4 - Equipes de apoio psicológico nas unidades;

5 - Revisão da manutenção das unidades abertas nos finais de semana ou o pagamento de Hora Extra;

6 - EPIs em quantidade e qualidade adequados;

7 - Instalação da sala de descompressão nas unidades.

Juntos vamos vencer a pandemia!

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