Cremesp abre investigação sobre médico após denúncia de violência obstétrica
Segundo influencer Shantal Verdelho, profissional teria realizado parto com insultos e gritos
SBT News
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou, na 2ª feira (13.dez), que abriu um processo interno para apurar a denúncia feita pela influencer digital Shantal Verdelho, que afirma ter sido vítima de violência obstétrica por parte do médico Renato Kalil. O caso entrou em evidência após um áudio vazado da influenciadora nas redes sociais.
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Segundo Shantal, o obstetra usou palavrões contra ela durante o parto, realizado em setembro deste ano, e expôs a sua intimidade para o pai da criança, Mateus Verdelho, durante o procedimento e também para terceiros. "Descobri que ele falou da minha vagina para outras pessoas. Tipo, 'ficou arregaçada, se não tiver episiotomia, você vai ficar igual'", disse a influenciadora no áudio vazado. Ela também acusa o profissional de ter revelado o sexo de sua bebê, sem consentimento, em suas redes sociais. "Ele quebrou o sigilo médico".
Em outro trecho da gravação, Shantal afirma que o médico fez diversos insultos contra ela durante a realização do parto. "Ele me xinga o parto inteiro. As duas únicas horas que ele ficou no trabalho de parto ele me xinga. O trabalho de parto inteiro ele fala: 'porra, faz força, porra, filha da mãe, viadinha, ela não faz força direito que ódio, ela não se mexe, porra'. Tipo, é muito palavrão de xingamento o tempo inteiro", revela. "Quando mostrei o vídeo [do parto] para a minha mãe e para a minha terapeuta, todo mundo chorou. Foi um show de horrores", completa.
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Por meio de nota, a influenciadora confirmou o conteúdo do áudio e vídeos, mas disse lamentar que uma conversa privada dela tenha ido parar nas redes sociais, no que chama de "assunto delicado e ainda constrangedor". Ao ser questionado pelo relato, o médico Renato Kalil negou, através de um comunicado oficial, todas as acusações. "O parto da Sra. Shantal aconteceu sem qualquer intercorrência e foi elogiado por ela em suas redes sociais durante trinta dias após o parto".
A Cremesp informou que está apurando o caso e que as investigações tramitam sob sigilo determinado por Lei. Mais detalhes sobre o caso serão revelados após o trânsito em julgado de penas.