Julgamento de família de Flordelis aponta favorecimento para filhos biológicos
Filhos adotivos comiam salsicha e água. Quantidade ainda era restrita pelo pastor Anderson do Carmo
O primeiro dia de julgamento dos filhos da ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza e do pastor Anderson do Carmo, assassinado em 16 de junho de 2019, ocorreu nesta 3ª feira (23.nov), no 3° Tribunal do Júri de Niterói. A Corte julga Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cézar dos Santos de Souza por envolvimento na morte do pai.
O primeiro depoimento foi da delegada Bárbara Lomba que afirmou que a ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza escreveu uma carta para culpar outros filhos pelo assassinado de Anderson. O segundo a depor foi o delegado Allan Duarte, que falou que as pessoas que moravam na casa de Flordelis eram uma "organização criminosa familiar".
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De acordo com Allan, a ex-deputada separava os filhos biológicos dos adotivos e estes últimos tinham uma geladeira só com água e salsicha. Anderson, segundo o delegado, desempenhava o papel de mediador e separava os filhos dando privilégios aos que não eram adotados.
Outro ponto levantando por Allan Duarte é que Anderson já havia sofrido ataques contra a sua vida pelo grupo mais próximo de Flordelis. Antes de ser assassinado a tiros, ele ingeriu líquidos envenenados, segundo a perícia.
Wagner Andrade Pimenta, Misael, filho adotivo de Flordelis também prestou depoimento durante o jugalmento dos irmãos, que saíram do plenário durante a sua fala. De acordo com Misael, o pastor nunca denunciou as tentativas de assassinato anteriores para proteger a família e Flordelis. Além disso, ele contou que Flordelis falou para ele que "aqui não tem luto não", poucos dias após a morte de Anderson.
Presa desde 13 de agosto de 2020, dois dias depois de perder seu cargo de deputada federal, Flordelis aguarda seu julgamento na penitenciária Talavera Bruce, na Zona Oeste do Rio. Flordelis, de 60 anos, ficou conhecida na década de 1990 por ter mais de 30 filhos entre biológicos e adotados.
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