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Brasil

Acidente aéreo com Fokker 100 da Tam completa 25 anos no domingo

Tragédia deixou 80 viúvas e mais de 100 filhos órfãos

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Acidente aéreo com Fokker 100 da Tam completa 25 anos no domingo (Reprodução/SBT Brasil)
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O acidente com o Fokker 100 da Tam, que deixou 99 mortos, completa 25 anos no próximo domingo (31.out). O avião caiu 24 segundos após decolar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

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Jorge Tadeu e Sonia Tezine são alguns dos poucos moradores que ainda vivem na rua onde, em 31 de outubro de 1996, terminava tragicamente o voo 402 da Tam após decolar rumo ao Rio de Janeiro. Dos quase 100 mortos, três estavam na rua.

"A turbina caiu aqui e pendeu para a minha sala, aí derrubou sala, cozinha", fala Sonia. Ainda segundo ela, se não tivesse ido para os fundos do local, "com certeza teria morrido".

Jorge presenciou uma cena de guerra. O trem de pouso caiu no quarto dos pais dele. Eles conseguiram escapar, mas nunca se recuperaram. "Era como tivesse jogado um monte de mísseis, bombas, alguma coisa assim. Tinha fogo intenso, tinha muitas chamas, fumaça preta. Eles não conseguiram nunca mais dormir sem luzes acesas. Minha mãe passou a ser uma pessoa muito depressiva", relata.

O acidente deixou 80 viúvas e mais de 100 filhos órfãos, e inúmeros pais perderam seus filhos. Sandra Assali se despediu do marido, que era médico, no aeroporto. Ela sentiu dificuldade ao explicar o acidente para os filhos.

"A Rafaela só estava com 4 anos. Parecia que ele ia voltar, chegar a qualquer momento de uma viagem, então ela não tinha certeza de que não tem volta. O Samir tinha 7 anos, ele foi muito atingido. Menino, muita identificação com o pai, então foi bem mais complexo tudo isso", pontua.

Sandra comanda a Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa). O Brasil, naquela época, assegurava muito menos direitos a seus cidadãos e consumidores,

"Muitas famílias passaram por muitas necessidades. Nós começamos a receber as nossas indenizações em 2001. Você tinha um valor de apólice para dividir entre as famílias e era um absurdo, porque você tinha alguém solteiro que não tinha dependentes com o mesmo valor de um pai de família com três filhos", afirma Sandra.

A tragédia escancarou uma preocupação com aeroportos que foram engolidos por cidades, que tiveram crescimento desordenado no entorno. Caso de Congonhas, que agora será o primeiro terminal do país a contar com uma tecnologia que ajuda a segurar aeronaves que não conseguirem frear no limite da pista. Não teria evitado a tragédia de 25 anos atrás, mas talvez a de 2007, com outro avião da Tam, que avançou pela avenida e bateu em um prédio, matando 199 pessoas.

Trata-se do EMAS, pedras de concreto poroso, colocadas sobre plataformas e que exercem força contrária ao movimento do avião. Mais de 100 aeroportos nos Estados Unidos têm o sistema.

Paulo Licati, especialista em segurança de aviação, defende o uso do equipamento em outros terminais no Brasil: "Santos Dumont, parceiro de Congonhas, então não tem como falar em melhorias em Congonhas sem colocar Santos Dumont na prioridade. É uma alternativa pra esses aeroportos que tem esse problema de crescimento ou algum problema geográfico de ter uma área de segurança, e em outros aeroportos que a pista fica muito curta".

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