Mata Atlântica possui preservação de apenas 25,8%, aponta MapBiomas

Um estudo inédito realizado por pesquisadores do MapBiomas mostra que apenas 25,8% da cobertura florestal da Mata Atlântica está preservada. Segundo o levantamento, divulgado na manhã desta 4ª feira (15.set), entre 1985 e 2020 o bioma perdeu 10 milhões de hectares de vegetação primária e ganhou 9 milhões de hectares de mata secundária -- menor biodiversidade.

Mesmo sendo considerado um dos biomas mais protegidos do país, o ciclo de desmatamento se repete. De acordo com os dados, 12 estados perderam vegetação nativa de Mata Atlântica entre o período pesquisado. A maior redução foi registrada na Bahia (9.642 km²), seguida por Rio Grande do Sul (6.899 km²), Santa Catarina (6.359 km²) e Paraná (com 3.744 km²). No entanto, de 2000 a 2010 houve uma recuperação de 5.754 km² de florestas no bioma.

O mapeamento, feito por imagens de satélite, mostra ainda que a Mata Atlântica teve 56,5% de sua paisagem original substituídos por pastagens (35%), agricultura (15%) e mosaicos que misturam as duas atividades (16,5%). Os remanescentes do bioma somam 465.711 km² em 17 Estados, mas a área contínua só alcança 15 deles.

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Segundo os pesquisadores, o estudo também ressalta a importância da floresta para as bacias hidrográficas brasileiras que, segundo o boletim mais recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apresentam os piores níveis dos últimos 91 anos.

"A região da Mata Atlântica é fundamental para manter a qualidade do ar e o abastecimento de água e energia. Incentivar a recuperação de florestas no entorno dos rios, áreas de nascentes e de recarga dos sistemas de abastecimento urbano pode reduzir o risco hídrico para essa população", diz o texto.

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Atualmente, a Mata Atlântica é responsável por gerar cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de abrigar 70% da população do país.