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Brasil

Maioria das federais não tem previsão de retomada 100% presencial

Quase 1 ano e meio após início da crise sanitária, calendário das universidades segue incerto

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A maior parte das universidades federais do país não possui uma data definida para retorno às aulas presenciais após mudanças no ensino provocadas pela pandemia de covid-19. Levantamento do SBT News aponta que entre as principais instituições do tipo, apenas cinco têm uma previsão de funcionamento 100% presencial. Nenhuma universidade aposta na retomada ainda em 2021, a despeito do que vem ocorrendo em parte das instituições de ensino particulares.

A Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Pernambuco, é a que trabalha com a data mais próxima para a retomada presencial: 31 de janeiro de 2022. Em seguida está a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que estuda a possibilidade de volta 100% presencial no primeiro semestre de 2022. As universidades federais de Santa Catarina, Rural do Rio de Janeiro e a do Norte do Tocantins também citam possibilidade no próximo ano. Todas destacam, no entanto, que as datas dependem do controle da pandemia no Brasil.

Uma data para a retomada de todas as atividades presenciais não faz parte do cronograma de outras 39 universidades no país -- a maior parte delas em capitais. A quantidade representa 56% de todas as instituições do tipo em território nacional. Ao todo, o Brasil possui 69 universidades públicas ligadas à federação. Outras 24 não responderam. A reportagem não conseguiu contato com apenas uma, a de Rondônia.

À reportagem, uma professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), disse acreditar que as aulas presenciais devem voltar a ser como eram antes apenas em 2023. A instituição, no entanto, não crava uma data de retorno presencial. E aponta que parte das atividades ocorrerá presencialmente -- em modelo chamado de híbrido -- a partir de 20 de setembro. A expectativa de retorno total ocorrerá após outras análises sobre o tema, a depender das melhorias sobre as condições epidemiológicas.

"Estamos na fase 6, que delega algumas atividades presenciais e outras remotas. Quando estivermos na fase 7, estaremos 100% com as atividades presenciais. Estamos acompanhando a retomada das atividades com tranquilidade para que possamos definir o momento exato para passar para a próxima fase", afirmou a pró-reitora de Graduação da UFPE, Magna do Carmo Silva.

O decano de Graduação da Universidade de Brasília, Diêgo Madureira, também destaca que as universidades passaram por difíceis adaptações desde o início da crise sanitária, o que impactou o ensino. "A depender do tipo de curso, as adaptações mudam muito e podem ser impeditivas. Esses prejuízos estão dados, e a gente não pode negar, porque estão acontecendo na pandemia", afirma. "Todo semestre há um novo debate para quais riscos de retomar a volta às aulas presencialmente", completa.

"É difícil a gente fazer uma prospecção tão longa. Temos fases e critérios para passar de uma fase para outra, a depender da progressão [da pandemia]. Pode ser que a gente passe dois semestres, ou um só, se a pandemia não tiver um recrudescimento. O que a gente faz é um planejamento de cada uma das etapas, cada atividade, percentual de estudantes... A gente se reúne a cada semestre para definir, ou não, a próxima etapa", diz o representante da UnB.

Além dos desafios para retorno presencial, as universidades enfrentam atraso nos calendários acadêmicos. Segundo divulgação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a maioria das universidades ainda está finalizando os cronogramas de 2020. 

O Ministério da Educação foi contactado para conceder informações sobre quais foram as orientações a respeito da retomada presencial, mas a pasta limitou-se a responder que a orientação é a mesma dada em dezembro de 2020: de que as aulas deveriam ocorrer de forma presencial a partir de março de 2021, avaliando protocolos de biossegurança de cada local: "A data é tida como referência, visto que as universidades federais possuem autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira".

Confira as respostas concedidas à reportagem por cada universidade federal:

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