"As Forças Armadas são obedientes à Constituição" diz Temer

O ex-presidente Michel Temer (MDB) esteve pela primeira vez em Brasília desde que deixou a presidência em janeiro de 2019. Ele participou de um evento com a direção nacional do partido nesta 4ª feira (25.ago), e com parlamentares da sigla, para o lançamento de um manifesto em defesa de temas para desenvolvimento do país, intitulado "Todos por um só Brasil". O evento também se mostrou como um ato em defesa da democracia.

Em entrevista à imprensa após o evento, Temer afirmou que os partidos alinhados com a democracia têm a obrigação de apresentar ao eleitor uma alternativa à polarização dos extremos - uma referência à disputa entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, que aparecem na frente nas pesquisas eleitorais para 2022. 

"É uma homenagem ao eleitor ter uma opção, entre dois radicalismos, caso contrário, teremos recorde de votos brancos", afirmou o ex-presidente que esteve à frente do cargo desde o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, ao ano de 2019.

Ao ser questionado pelo SBT News sobre se existe risco real de uma ruptura com a instauração de um regime autoritário e antidemocrático, o ex-presidente afirmou que confia nas instituições. Temer também declarou que algumas pessoas desejam o fim da democracia, mas instituições e a população brasileira não irão aceitar qualquer tentativa de "golpe".

"Você só tem violação à democracia, para resumir, golpe, se você tiver as Forças Armadas desejosas disso. Eu convivi muito com as Forças Armadas e posso dizer: as Forças Armadas são obedientes à Constituição e jamais patrocinarão qualquer espécie de golpe", disse.

Durante o evento, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), afirmou que o Brasil está cansado de "extremos desqualificados". Já o senador Eduardo Braga (MDB-AM), destacou que o partido sempre esteve ao lado da democracia e que não pode se associar à pautas que questionem a segurança da urna eletrônica. Braga ainda elogiou deputados que votaram contra a PEC do voto impresso no Plenário da Câmara, no início de agosto. A proposta é uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro.  

O presidente nacional do partido, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), disse que o partido está conversando com 11 siglas, entre elas, o PSBD, DEM e Cidadania, e que não é momento de indicar nomes para corrida presidencial de 2022: "Não estamos apresentando nomes ainda, nós queremos um projeto para o país".

Já o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), que preside a Fundação Ulysses Guimarães, alertou que não adianta os partidos de Centro lançarem dez candidaturas com homenagens a personalidades. Moreira ressaltou que hoje no Brasil não existe espaço para egos ou voluntarismo, mas sim um estadista: "Há lugar para um estadista que seja capaz de ser maior que o próprio partido e que represente a soma da unidade dos partidos que trilham o caminho do Centro".

Veja alguns registros da vinda de Temer a Brasília: