Relatório da OCDE analisa e aponta caminhos na Educação após pandemia
Fim da desigualdade no ensino do Brasil e manutenção dos adolescentes nas escolas são desafios
SBT News
Após a pandemia, a retomada da Educação no Brasil passa pelo fim da desigualdade no ensino do país e na manutenção dos adolescentes nas escolas. É o que mostra relatório divulgado nesta 4ª feira (30.jun) pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em parceria com Todos pela Educação e Itaú Social.
Segundo o documento "o Brasil investe mais em Educação Superior do que em Educação Infantil, embora as evidências mostrem que o acesso ao Ensino Infantil de alta qualidade não apenas contribui para melhores resultados de aprendizagem, mas também pode ajudar a reduzir as desigualdades". O relatório, no entanto, destaca as mudanças do Fundeb " são um passo na direção correta, mas é preciso fazer mais para resolver esse problema".
Além disso, os analistas educacionais alertam que o alto índice de reprovações no país que causam desperdícios de recursos, colocando ainda a evasão escolar como desafio. " o desperdício de os alunos não concluírem os estudos não constitui apenas um custo humano, mas também econômico, uma vez que os recursos investidos terão sido consumidos pela formação dos alunos que acabam por evadir".
Em 2018, a taxa de conclusão do Ensino Médio no Brasil era de 67%, semelhante à média da Latam, que é de 64%, mas menor do que países como Chile e Peru (86%).
O documento traz ainda análise sobre a reprovação no país: "nos anos Finais do Ensino Fundamental, mais de 20% dos meninos e mais de 10% das meninas são, pelo menos, dois anos mais velhos do que a idade padrão para seu ano escolar, bem acima da média da Latam e mais de quatro vezes superior aos países da OCDE. Um aluno que conclui a Educação Básica, no Brasil, terá passado um tempo comparativamente longo no sistema educacional e, portanto, consumido mais recursos do que se tivesse progredido sem problemas pela escolarização".
No ensino superior, o documento revela que apenas um terço dos alunos de Bacharelado obtém seus diplomas dentro do intervalo de tempo esperado de quatro ou cinco anos. "Isso não apenas atrasa sua entrada no mercado de trabalho e, portanto, gera um custo de oportunidade em termos de perda de salários e produção, mas também pode aumentar diretamente os gastos públicos e privados".