Publicidade

Projetos no Congresso ameaçam conquistas da comunidade LGBTQIA+

Direitos já conquistados no Supremo podem ser desconsiderados pelos parlamentares

Projetos no Congresso ameaçam conquistas da comunidade LGBTQIA+
Juho representa o mês do orgulho LGBTQIA+ e a comunidade luta para que direitos já conquistados no STF sejam aprovados na Câmara
Publicidade

Educação inclusiva, acolhedora, sem violência. Saúde que vá além do tratamento de HIV e Aids e que inclua o processo transexualizador. Empregabilidade e aprovação de direitos na Câmara dos Deputados. Segundo, Toni Reis, diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+, estas são algumas das principais reinvidicações da população, lésbica, gay, bissexual, transexual, queer, intersexo, assexual e de outras identidades de gênero e orientações sexuais.

E em junho é comemorado o mês do orgulho LGBTQIA+, por conta da rebelião no bar Stonewall Inn, em Nova York, no dia 28 de 1969. Após uma abordagem policial violenta, que resultou em 13 pessoas detidas, manifestantes jogaram pedras e garrafas nos policias. Depois tentaram virar de cabeça pra baixo uma viatura. Após essa madrugada, o ativismo pelos direitos LGBT ganhou o debate público e as ruas de Nova York. 

O movimento, que começou nos Estados Unidos, deu origem às paradas LGBTs pelo mundo afora e no Brasil não foi diferente. No entanto, mesmo após a conquista de direitos como o reconhecimento da união estável homossexual como entidade familiar, em 2011, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o fim da restrição de homens homossexuais a doarem sangue, em 2020, também pela Corte, estão em tramitação na Câmara dos Deputados, em 2021, projetos que podem alterar essas conquistas, que não foram fáceis para a comunidade. 

"Infelizmente, nós mudamos de prédio. Saímos da Câmara e do Senado e fomos para o STF. Foi no STF que nós conseguimos guarida", destaca Toni Reis. Segundo o diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+, não há diálogo com a comunidade LGBTQIA+ na Câmara dos Deputados. "Na Câmara, temos cerca de 170 parlamentares que nos defendem abertamente. Nós precisamos da maioria, precisamos de pelo menos 257 parlamentares. E há um movimento fundamentalista extremamente organizado que não deixou a gente dialogar. A partir daí fomos ao STF e garantimos nossos direitos", enfatiza. 

Retrocessos

Confira alguns dos projetos que estão em tramitação na Câmara e são configurados como retrocesso para a comunidade, pois representam a perda de direitos já adquiridos no STF: 

Apensado ao Projeto de Decreto Legislativo de Sustação de Atos Normativos do Poder Executivo (PDC) 16/2015, de autoria do Marco Feliciano (Republicanos-SP), o PDC 30/2015 propõe a suspensão da resolução do governo federal que garante às pessoas travestis e transexuais o uso do nome social nas instituições e nas redes de ensino brasileiras. Também sobre o tema, o PDC 61/2015 quer barrar a inclusão dos itens "orientação sexual", "identidade de gênero" e "nome social" nos boletins de ocorrência emitidos pela autoridade policial no Brasil.

O PL 1804/2015, propõe aumentar a pena para o crime de ultraje a culto e o tipifica como crime hediondo. De autoria do ex-deputado Rogério Rosso, o projeto diz que "a intenção é proteger a crença e objetos de culto religiosos dos cidadãos brasileiros, pois o que vem ocorrendo nos últimos anos em manifestações, principalmente LGBTS, é o que podemos chamar de ?Cristofobia?, com a prática de atos obscenos e degradantes que externam preconceito contra os católicos e evangélicos".

Uma outra proposta em análise na Câmara dos Deputados, o PL 5774/16 quer proibir as pessoas de utilizarem banheiros públicos que não sejam destinados ao seu gênero. De acordo com o texto, pessoas em mudança de gênero por tratamento hormonal, vão precisar comprovar a mudança de nome por decisão judicial transitada em julgado para ter acesso ao banheiro.

Outro retrocesso é a criação do Estatuto da Família, proposto pelo PL 6583/2013. O projeto quer definir família como o núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, por meio de casamento, união estável ou comunidade formada pelos pais e seus descendentes.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
brasil
lgbti+
orgulho
câmara dos deputados
projeto de lei

Últimas notícias

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em plano golpista orquestrado por militares
Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Carnes e sucos tiveram aumentos entre 12% e 19%, impactando diretamente o custo das ceias de fim de ano; Azeite foi o maior vilão, com 21,3% de alta
Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Tentativas de acesso a sites falsos aumentaram 35% em outubro, em relação ao mês anterior
Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Campanha começou nesta quinta-feira (21) e possibilita negociação de débitos online até 10 de dezembro
Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Congressistas comentaram os indiciamentos na investigação sobre golpe de Estado; Boulos disse que pedirá cassação do mandato de Ramagem
Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Diagnóstico precoce da doença pode garantir até 90% de chance de cura
Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Especialista sinaliza que detenção só deve ocorrer se o ex-presidente, investigado por golpe de estado, atrapalhar a polícia ou se for condenado
Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Novo prazo para a apresentação das medidas para reduzir gastos do governo, segundo o ministro da Fazenda, é a próxima terça-feira (26)
Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos lideram interesse dos brasileiros; expectativa é que as vendas superem em 0,04% a edição do ano passado
Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Marco Aurélio Cárdenas Acosta, de 22 anos, foi morto com tiro à queima-roupa durante uma abordagem da Polícia Militar de São Paulo
Publicidade
Publicidade