Lula, o candidato oculto (mas não muito) do PSB
Partido filiou Flávio Dino e Marcelo Freixo nesta 3ª. Discursos deixaram implícito apoio ao ex-presidente em 2022
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O governador do Maranhão, Flávio Dino, e o deputado federal Marcelo Freixo (RJ) filiaram-se nesta 3ª feira (22.jun) ao PSB. Embora não estivesse presente, um outro nome da esquerda pairou sobre o evento que marcou a chegada dos dois quadros à sigla: o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mesmo que não tenha sido declarado, o apoio a Lula nas eleições de 2022 ficou implícito nos discursos. A fala mais contundente foi de Freixo. Ao ser questionado sobre o possível ingresso do pedetista Ciro Gomes em uma eventual frente ampla, o deputado elogiou o ex-ministro, disse que para vencer o bolsonarismo é necessário dialogar com o "amplo setor da sociedade comprometido com a democracia, entre eles Ciro Gomes", mas taxou:
"O tabuleiro da política não se mexe só pelos nossos desejos. Se mexe por circunstâncias que a gente não consegue prever. E hoje o quadro que está colocado não consegue ver duas candidaturas no mesmo campo".
Aventado como possível vice de Lula, Dino colocou-se como pré-candidato ao Senado e afirmou que tem "defendido publicamente uma aliança que envolva o PT, que tem Lula como uma grande liderança". "Eu coloquei isso abertamente ao presidente [do PSB, Carlos Siqueira] e perguntei se havia algum tipo de embaraço. Ele disse: 'Não, pelo contrário'", contou.
"O PSB é a favor de uma articulação do campo da esquerda que envolva o PT. E Lula tem uma posição de destaque, de coordenação desse processo", acrescentou o governador que rechaçou, contudo, a ideia de ter se filiado ao novo partido para impulsionar um apoio ao ex-presidente.
Em relação a Ciro Gomes, Dino fez uma analogia de que ele "está em uma loja de roupas, procurando uma roupa que não vai servir nele". "Espero que ele mesmo perceba que essa roupa centrista não cabe nele. Espero que ele saia dessa loja, atravesse a rua e nos encontre do outro lado."
A ideia de frente ampla permeou toda a cerimônia de filiação dos dois políticos, que colocaram uma eventual reeleição de Jair Bolsonaro (sem partido) como um risco à democracia. Anfitrião, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, cobrou uma reavaliação do sistema político brasileiro e afirmou não ver "obstáculos que não possam ser superados" para se formar tal frente. "Não digo em frente ampla. Precisamos de uma amplíssima frente democrática para vencer o autoritarismo", arrematou.