Pelo 3º mês seguido, desmatamento na Amazônia é o maior em 10 anos
Área desmatada em maio chegou a 1.125 km²; estrago é 70% superior ao ano passado
![Pelo 3º mês seguido, desmatamento na Amazônia é o maior em 10 anos](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FSema_via_Fotos_Publicas_cd0d6f1a4b.jpg&w=1920&q=90)
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) informou, nesta 4ª feira (16.jun), que apenas em maio de 2021, foram desmatados 1.125 km² da Amazônia Legal - tamanho correspondente ao município do Rio de Janeiro. Segundo a organização, este foi o maior salto da série histórica para o mês dos últimos 10 anos.
Dados divulgados pelo sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que monitora a Amazônia Legal via satélites, apontam que esta é a terceira vez consecutiva que a destruição no bioma bate o recorde em uma década, já que março e abril também registraram os piores índices desde 2012.
Em maio, a área desmatada foi 70% superior à registrada no mesmo período em 2020, equivalente a 660 km². "Esse aumento expressivo em maio é muito preocupante porque estamos entrando na estação seca, que na maior parte da Amazônia Legal ocorre entre junho e setembro, quando historicamente são registrados os picos de desmatamento do ano", disse o pesquisador do Imazon Antonio Fonseca.
Áreas desmatadas
Os estados do Pará e Amazonas foram os que mais desmataram durante o período, somando 688 km², o que corresponde a 60% do total detectado na região amazônica. A área dos dois territórios desflorestados juntos é semelhante ao tamanho da cidade de Salvador.
"Apesar do Pará retornar ao primeiro lugar do ranking dos estados que mais desmataram na Amazônia Legal em maio, é possível perceber que o Amazonas segue em ritmo alto de desmatamento", afirmou Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
O terceiro estado que mais desmatou em maio foi o Mato Grosso (20%), seguido de Rondônia (12%), Acre (4%), Maranhão (3%) e Roraima (1%).
Já a análise do desmatamento por categoria do território indicou que 66% ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, 17% em assentamentos, 15% em unidades de conservação e 2% em terras indígenas.