Trabalhadores da Eletrobras entram em greve contra MP nesta 3ª feira
Segundo o Coletivo Nacional dos Eletricitários, a paralisação enfraquecerá o sistema de energia
SBT News
Os trabalhadores do Sistema Eletrobras darão início a uma greve de 72 horas, a partir da 0h desta 3ª feira (15.jun), segundo anúncio feito pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). No total, 12 mil profissionais deverão participar do ato, convocado como protesto contra a Medida Provisória (MP) nº 1.031, que viabiliza a desestatização da Eletrobras e está prevista para ir a votação no plenário do Senado às 16h na próxima 4ª feira (16.jun).
O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 20 de maio e precisa ser apreciado até 22 de junho para não perder a validade. A Eletrobras é responsável por pelo menos 30% da energia do país. Segundo o CNE, porém, a greve "não afetará o sistema, apenas o enfraquecerá". Com os trabalhadores deixando de trocar os turnos, o atendimento de manutenção preventiva e o programado não será feito dentro da normalidade, visto que 70% dos colaboradores da empresa são responsáveis pela manutenção e operação.
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O CNE se refere à MP nº 1.031 como "um verdadeiro saqueio, uma pilhagem do patrimônio público, com um único objetivo de beneficiar os privilegiados que sustentam esse governo, especialmente banqueiros e especuladores". Segundo o coletivo, ela tramita sem audiência pública e criação de uma Comissão Mista para que fosse debatida. Além disso, conteria "jabutis", ou seja, dispositivos fora do objetivo com o qual se apresenta e "vai trazer um aumento extraordinário na tarifa de energia, um tarifaço na conta de luz".
O relator da MP no senado é Marcos Rogério (DEM-RO). O modelo de desestatização da Eletrobras prevê a emissão de novas ações da Eletrobras, a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União. De acordo com os organizadores da greve desta 3ª feira, paralisação vem em resposta ainda ao descumprimento -- por parte da direção da empresa -- de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) feito entre a Eletrobras e os trabalhadores, à não renova de ACT's Específicos e a demissões de dirigentes sindicais.
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