Ex-prefeito de Carmo, no Rio de Janeiro, é preso após operação da PF
Segundo as investigações, Paulo Cesar Ladeira teria superfaturado contratos de limpeza urbana
SBT News
O ex-prefeito do município de Carmo, Paulo Cesar Ladeira, foi preso na manhã desta 2ª feira (7.jun) durante operação da Polícia Federal (PF) realizada em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A ação, batizada de Operação Chorume, cumpriu oito mandados de prisão relacionados à investigação de um suposto esquema criminoso de fraudes em contratos da prefeitura da cidade, localizada na região serrana do Rio.
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De acordo com as investigações, Ladeira teria superfaturado contratos na área de limpeza urbana -- que somam cerca de R$ 40 milhões -- durante o período que esteve no cargo, entre os anos de 2017 e 2020. Ainda segundo o MPRJ, os contratos firmados com as companhias Limpeza Urbana e Forte Ambiental eram usados para pagamento de propina a funcionários públicos.
A operação também indica que o esquema criminoso envolvia os empresários Wesley Ferreira Pessanha, Celciomar Ferreira Pessanha e Selma Ferreira Pessanha, que seriam os proprietários das empresas apontadas nas investigações.
No início deste ano, o ex-prefeito foi preso por lavagem de dinheiro. Na ocasião, os agentes encontraram R$ 128,9 mil enterrados no sítio do político.
Irregularidades na licitação
Ainda de acordo com a apuração do MPRJ, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) identificou diversas irregularidades na licitação dos contratos, tais como a não publicação do edital em um jornal de grande circulação, além do lançamento ter ocorrido três dias antes da fase de disputa e indício de sobrepeço de 148%, comparado aos preços praticados pelo mercado.
Após a empresa Limpeza Urbana ter sido alvo de um escândalo de corrupção no Espírito Santo, Ladeira rompeu o contrato e fez uma nova licitação, que resultou na contratação da Forte Ambiental. No entanto, segundo o MPRJ, a companhia pertence aos mesmos sócios da organização envolvida no esquema de corrupção.
Apreensão de criptomoedas
A 1ª Vara Criminal Especializada da Capital também determinou a apreensão de criptomoedas, que seriam utilizadas pelos investigados da operação em um esquema de lavagem de dinheiro arrecadado com ações criminosas.
Ao todo, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em endereços nas cidades do Carmo, Macaé, Campos dos Goytacazes e São Fidélis, no Rio de Janeiro, e também no município mineiro de Ubá. A Justiça determinou o sequestro dos bens móveis e imóveis pertencentes aos denunciados.