"Acredito que seja por sadismo", diz delegado sobre ações de Jairinho
Ex-vereador do Rio de Janeiro foi indiciado nesta 3ª feira por torturar filho de ex-namorada
SBT News
O delegado Adriano França, responsável pelo caso em que o ex-vereador do Rio de Janeiro foi indiciado por torturar um menino de 3 anos, disse nesta 3ª feira (1º.jun) que o suspeito aparenta praticar os crimes por sadismo e escolhe como vítimas pessoas com dependência econômica e "crianças na mesma faixa de idade".
"Se as crianças atrapalham o relacionamento, seria mais óbvio Jairinho escolher uma mulher que não tivesse filho. Então isso chama a atenção", pontuou o policial. "Outro detalhe: não há narrativa de abuso sexual em nenhum momento", acrescenta. Ainda segundo o delegado, "há relatos na ciência de que pessoas que sofrem na infância abusos, violências, esses atos podem se repetir nas fase adulta. Então é uma questão complexa de afirmarmos, mas não vejo outro modo de não sentir prazes, Jairinho, de não sentir prazer com aquilo que pratica. E não é doença, é um desvio de comportamento. Ele responde, ele é imputável criminalmente, está respondendo por tortura, e eu acredito que seja por sadismo".
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O agente forneceu mais detalhes também sobre as agressões sofridas pelo menino de 3 anos. De acordo com o delegado, "quem viu a documentação anexada aos autos repara que, ao chegar ao hospital, Enzo já tinha duas lesões, uma em cada face do rosto e assadura nos glúteos. Essas assaduras podem até ser uma causa natural da criança, não tem como periciar hoje, foi no passado, mas chama a atenção essas marcas no rosto, marcas registradas no documento médico".
Enzo deu entrada no Hospital Municipal Lourenço Jorge com uma fratura no fêmur. Na ocasião, Dr. Jairinho e a ex-namorada Debora -- mãe do menino -- afirmaram que o menor havia sofrido um acidente de carro. O delegado questiona o fato de a criança ter sido levada para aquela unidade de saúde e não para outra melhor equipada para atendimento.
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Diz também não ter dúvidas de que, em um primeiro depoimento dado na investigação, Debora tentou "encoberar um crime que ela cometeu". A mulher foi indiciada no caso por omissão. Ela relatou aos agente ter sido dopada por Jairinho em determinada data e, segundo a Polícia Civil, foi nesse mesmo dia que o homem provocou lesões no abdômen de Enzo, colocou um saco na cabeça dele e deu voltas de carro com a vítima.
"Essa prática de repente a mãe não soube como impedir. Mas será que não soube no decorrer dos anos? Somente com a apresentação pela mídia do que aconteceu com o menino Henry é que isso veio à tona?! Será que essa criança em momento nenhum narrou esse fato anteriormente? Ou será que Debora queria se defender de uma possível acusação de omissão? Conforme fica comprovado nos autos", fala o delegado. Sobre o relato de que Debora teria sido dopada, avalia que Dr. Jairinho deverá ser indiciado por violência doméstica também.
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